Graça Freitas garante que “não vai ser difícil para as creches cumprir as orientações” publicadas esta quarta-feira pela DGS porque “são regras relativamente simples”. Na conferência de imprensa diária sobre a situação epidemiológica do país, a diretora-geral da Saúde deu ainda conta de que vai publicar novas orientações para os funerais “em breve”. Explicou que as novas normas, como as atuais, terão de ter um “equilíbrio entre não deixar de tratar com dignidade um momento difícil mas minimizar o risco” e ressalvou que são as “entidades gestoras dos cemitérios e crematórios que tomam decisões sobre o número máximo de pessoas” presente nos funerais.

Quanto às creches explicou que as recomendações oficiais correspondem a um conjunto de boas práticas que tenta “conciliar o melhor de dois mundos” e procuram um “desenvolvimento harmonioso mas com regras”.

No que toca à hora da sesta, a diretora-geral da Saúde explicou que as crianças vão dormir em colchões dispostos a um metro e meio de distância para minimizar o risco. “Estamos a entrar num novo tipo de normalidade”, acrescentou. Sobre os testes em lares e escolas, Graça Freitas indicou que “ainda não terminaram” e que a situação é assimétrica nas várias zonas do país, já que “há regiões em que esta situação está mais adiantada”.

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Já o secretário de Estado da Saúde falou sobre o adiamento ou cancelamento de exames e cirurgias durante este período, principalmente no que toca ao setor oncológico. “Face ao período homólogo de 2019, podemos dizer que temos menos 2500 doentes operados em cirurgia oncológica, o que representa uma redução de cerca de 15%”, começou por dizer António Sales, que complementou essa informação com o detalhe de que se verificou uma redução da cirurgia de prioridade normal em cerca de 25% e um aumento de 7% na cirurgia muito prioritária. “Fazendo menos cirurgias de prioridade normal, fez-se mais em cirurgia com muita prioridade”, explicou, deixando ainda um apelo aos doentes oncológicos, para que “não tenham medo” de se deslocarem aos hospitais do Serviço Nacional de Saúde porque “os circuitos [Covid e não-Covid] estão perfeitamente diferenciados e as condições de segurança são muito boas”.

O secretário de Estado detalhou ainda os números atualizados de profissionais de saúde infetados: são 3.183 no total, 477 médicos, 838 enfermeiros, 774 assistentes operacionais, 152 assistentes técnicos e 107 técnicos de saúde de diagnóstico e terapêutica, sendo que 658 profissionais já recuperaram.

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Sobre a abertura da época balnear, Graça Freitas assegurou que “muitas instituições” estão ainda a dar o respetivo parecer técnico, considerando a avaliação do risco que essa atividade acarreta. “Esse trabalho ainda não foi terminado”, afirmou a diretora-geral da Saúde.

Por fim, o secretário de Estado da Saúde revelou que já estão a ser feitos 250 testes por dia nos estabelecimentos prisionais e que está previsto que essa capacidade aumente nos próximos dias para 450 testes diários, colocando também a hipótese de os pescadores de algumas regiões do país virem a ser testados. António Sales referiu ainda que o primeiro estudo transversal à situação epidemiológica portuguesa “já está no terreno” e que está previsto que a colheita de amostras de sangue para o inquérito serológico comece no início da próxima semana.

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