O Teatro Nacional São João (TNSJ), bem como os dois espaços que estão sob a sua alçada – Teatro Carlos Alberto (TeCA) e Mosteiro de São Bento da Vitória, que integra o Centro de Documentação do TNSJ, reabrem ao público no dia 1 de junho.

Já o regresso dos espetáculos aos palcos acontece a 6 de agosto, com a estreia da peça “O Burguês Fidalgo”, que ficará em cena até dia 23 desse mês no TeCA. Esta coprodução com o Teatro Palmilha Dentada é uma peça criada a partir de Molière, sendo a primeiro incursão no reportório clássico da companhia portuense. Ricardo Alves é o responsável pela dramaturgia e encenação deste Burguês Fidalgo, cuja comédia foi escrita em 1670, em colaboração com o compositor Jean-Baptiste de Lully.

A 20 de agosto é a vez de “Castro”, uma produção própria do São João que estreou no início de março, ser apresentada numa temporada que se prolonga até 12 de setembro. Encenada por Nuno Cardoso, a peça transporta o amor proibido de Inês de Castro e o infante D. Pedro para a atualidade, perpetuando-o.

“A opção por reatar a atividade de palco com duas peças com carreiras longas, que decorrem em agosto e início de setembro, permitirá ao TNSJ salvaguardar, atempadamente, todas as medidas definidas pelas autoridades de saúde, no que toca ao cumprimento das condições de segurança e proteção do público, dos artistas e dos colaboradores”, afirma a instituição em comunicado.

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Todas as coproduções nacionais do TNSJ que estavam agendadas entre março e julho de 2020 foram integradas na temporada 2020/2021, “dando prioridade ao tecido teatral do Porto e do país”.

Conteúdos digitais vão continuar até agosto

A aposta nos conteúdos digitais vai continuar, pelo menos até agosto, com destaque para a criação de dois projetos que envolvem a participação de 12 atores que participaram em produções próprias do São João nas duas últimas décadas. Numa extensão, ainda que momentânea, do elenco “quase” residente, o TNSJ convidou 12 atores – Pedro Almendra, Jorge Mota, Paulo Freixinho, João Castro, Diana Sá, Pedro Frias, Paulo Calatré, Miguel Loureiro, Luís Araújo, Mafalda Lencastre, António Afonso Parra e Pedro Manana – para o desenvolvimento de dois projetos digitais.

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“Bambolina! – Um Glossário Intempestivo de Teatro” é o nome de uma das novas criações, sendo um compêndio de termos técnicos, conceitos, jargão, o teatro como prática e o teatro como história. “Abrindo o léxico do teatro aos seus públicos, o objetivo é o de construir um dicionário performativo, feito de palavras ditas, explicadas e representadas por quem as vive por dentro”, adianta a sinopse.

Os 12 atores também vão ler o livro “Vou ao Teatro Ver o Mundo”, conduzindo o espetador numa viagem pelas ideias políticas, estéticas e filosóficas que marcaram a história do teatro. Editado em 2016 pelo TNSJ (numa parceria com a Imprensa Nacional–Casa da Moeda), com tradução de Alexandra Moreira da Silva e ilustrações de Abigail Ascenso, o livro é da autoria do dramaturgo e ensaísta francês Jean-Pierre Sarrazac.

Os dois projetos serão disponibilizados brevemente nos canais digitais do TNSJ.