Tedros Adhanom Ghebreyesus anunciou esta segunda-feira que a Organização Mundial de Saúde vai suspender temporariamente os ensaios clínicos com hidroxicloroquina. A decisão segue a publicação de um estudo, na passada sexta-feira, na revista médica The Lancet, que sugere que o uso hidroxicloroquina pode aumentar risco de morte.

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou no início da semana passada que estava a tomar, a título preventivo, hidroxicloroquina, apesar de a agência norte-americana do medicamento ter desaconselhado a utilização destes fármacos “fora do meio hospitalar ou de ensaios clínicos, devido ao risco de complicações cardíacas”, tal como já antes escreveu a Agência Lusa.

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Covid-19. Estudo sugere que hidroxicloroquina (que Trump está a tomar) pode aumentar risco de morte

O anúncio feito esta segunda-feira foi referente ao estudo clínico “Solidarity Trial”, uma iniciativa da OMS para comparar tratamentos não testados em doentes mais graves da Covid-19. A pausa é temporária de maneira a que os dados sejam “revistos”, afirmou Tedros Adhanom Ghebreyesus.

“Há mais de dois meses começámos o Solidary Trial para avaliar a segurança e eficácia de quatro medicamentos contra a Covid-19. Mais de 400 hospitais em 35 países estão a ativamente a recrutar pacientes. Quase 3.500 pacientes de 17 países já se inscreveram” disse o homem que lidera a OMS, para depois explicar a pausa temporária face aos estudos com hidroxicloroquina.

“A revisão vai considerar os dados reunidos até o momento no Solidarity Trial (…) de modo a avaliar adequadamente os possíveis benefícios e malefícios desse medicamento”, lê-se no tweet publicado pela OMS.

O Grupo Executivo do Solidary Trial, que representa 10 dos países que participam nesta iniciativa, encontraram-se no sábado e concordaram em fazer “uma análise abrangente e uma avaliação crítica de todas as evidências disponíveis globalmente”, afirmou o líder da OMS esta segunda-feira.

“Esta preocupação está relacionada ao uso de hidroxicloroquina e cloroquina na Covid-19”, disse. “Desejo reiterar que estes medicamentos são aceites como geralmente seguros em pacientes com doenças autoimunes ou com malária”.