O vereador da Câmara de Lisboa responsável pelo pelouro da Proteção Civil disse esta sexta-feira que a situação na cidade “é estável”, sem “focos dramáticos” de infeção por Covid-19, lembrando que a capital tem meio milhão de habitantes.

“A situação da cidade de Lisboa […] é estável e não há focos dramáticos”, afirmou Carlos Castro, durante uma audição por videoconferência na comissão de Transportes, Mobilidade, Acessibilidade Pedonal, Segurança e Proteção Civil da Assembleia Municipal de Lisboa.

O autarca adiantou que esta sexta-feira foram reportados 58 novos casos.

“Eu sei que hoje as notícias estão muito a dar o destaque à percentagem, mas se calhar convinha fazermos também aquela transposição de espelho, estamos a ver percentagens, mas importa depois ver o número de casos e os casos no universo”, defendeu.

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Em resposta a uma pergunta do deputado municipal do PCP Fernando Correia, que questionou a razão de não serem fornecidas às freguesias informações da situação no seu território, o vereador com o pelouro da Proteção Civil reconheceu que a Câmara de Lisboa não tem essa prática, salientando que a questão da proteção de dados “é muito importante”.

Contudo, ressalvou, sempre que os presidentes de Juntas de Freguesia identificam um foco de infeção, a autarquia tem resolvido os problemas que possam existir.

Como exemplo, Carlos Castro recordou o caso que recentemente aconteceu nas Galinheiras, onde foi detetado um foco de infeção, o que deu origem a uma “operação exemplar”, com a testagem de mais de 300 pessoas.

“Todos os casos foram devidamente tratados”, acrescentou.

Sobre a possibilidade de ser criada uma plataforma de georreferenciação que permita conhecer a evolução da situação epidemiológica no concelho, o autarca disse que o município está a trabalhar com as autoridades nessa ferramenta.

Mas, acrescentou, “o pior aliado” que se pode ter durante uma pandemia é o alarmismo.

“O que interessa agora são os factos objetivos, responder e solucionar”, salientou.

Em resposta à deputada municipal do CDS-PP Maria Penedo sobre a questão dos requerentes de asilo, o vereador adiantou que os problemas existentes quando foram detetados vários focos de infeção em ‘hostels’ onde os imigrantes estavam alojados “estão totalmente ultrapassados”.

“A situação está totalmente ultrapassada, há um conjunto de alguns casos, mas estão devidamente sinalizados. É um capítulo que já encerrámos”, assegurou.

Questionado pelo deputado municipal do PSD António Prôa sobre se o município irá tomar alguma iniciativa para “prevenir e identificar eventuais infetados que vão entrar em Portugal pelo aeroporto e pelo terminal de cruzeiros”, Carlos Castro disse apenas que a autarquia “irá estar atenta”, apesar de essa ser “uma responsabilidade nacional”.

Quanto à realização da fase final da UEFA Champions League (prova de futebol) em Lisboa, o vereador afirmou ser “uma grande conquista da cidade e do país”, prometendo que a autarquia trabalhará para que tudo corra bem.

“Cá estaremos para trabalhar para que corra tudo como deve ser, se nos escolheram a nós não foi por acaso”, argumentou.

A pandemia de Covid-19 já provocou mais de 454 mil mortos e infetou mais de 8,5 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 1.527 pessoas das 38.464 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.