As contas públicas do Brasil registaram défice de 417,2 mil milhões de reais (68,4 mil milhões de euros) de janeiro a junho, pior resultado da série história iniciada há 23 anos, informou esta quinta-feira o Tesouro Nacional.

A degradação das contas públicas na maior economia da América do Sul foi agravada pela pandemia de Covid-19, que obrigou o Brasil a deixar de lado a sua agenda de ajuste fiscal e limitação de gastos para tentar suavizar os efeitos da crise económica.

Comparativamente ao acumulado até junho, o resultado do Governo Central passou de défice de 29,3 mil milhões de reais [4,8 mil milhões de euros] em 2019 para um défice de 417,2 mil milhões de reais em 2020″, refere um relatório divulgado pelo Tesouro brasileiro.

O Brasil acrescentou , em termos reais, as receitas apresentaram uma queda de 116,5 mil milhões [19,1 mil milhões de euros], um recuo de 18,1%, e a despesa total cresceu 271,1 mil milhões de reais [44,5 mil milhões de euros], ou seja, 40,3%, quando comparados ao mesmo período de 2019.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Isolando apenas os dados sobre o mês de junho de 2020, o resultado das contas do Governo Central brasileiro foi deficitário em 194,7 mil milhões de reais (32 mil milhões de euros) contra défice de 11,8 mil milhões de reais (1,9 mil milhões de euros) registado em junho de 2019.

O Tesouro brasileiro frisou que as receitas obtidas em junho apresentaram perdas de 29,3 mil milhões de reais (4,8 mil milhões de euros), queda de 31% face o mesmo mês do ano passado.

Já a despesa total aumentou 153,4 mil milhões de reais (25,1 mil milhões de euros), ou seja, cresceu 144%, quando comparados aos dados de junho de 2019.

Desde o início da crise sanitária causada pela pandemia de Covid-19, o Brasil anunciou ações para combater a pandemia nas áreas de saúde, programas de renda emergencial e outras medidas de estímulo ao emprego e ao crédito.

Além disso, também houve aprovação no Congresso de um programa de socorro voltado para Governo regionais (estados e município).

O Brasil é o país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo, ao contabilizar o segundo maior número de infetados e de mortos (mais de 2,5 milhões de casos e 90.134 óbitos), depois dos Estados Unidos da América.