Em agosto, morreram 8.866 pessoas em Portugal, um número que representa um acréscimo de 506 em relação à média deste mês nos cinco anos anteriores. Mas apesar do que se possa pensar, este acréscimo na mortalidade face a outros anos não se deve à pandemia do novo coronavírus. De acordo com os dados do sistema de vigilância da mortalidade, gerido pela Direção-Geral da Saúde (DGS), analisados pelo Jornal de Negócios, apenas 18% do aumento de mortes neste mês de agosto se deveu à Covid-19. O valor é ainda menor (13%) se se comparar a média dos últimos dez anos.

Isto explica-se porque, nos primeiros meses da pandemia, o coronavírus teve de facto um grande peso no número de mortes em excesso — em abril, a Covid-19 foi responsável por 54% do acréscimo de mortes nesse mês, baixando ligeiramente em maio, para 45%, e em junho para 44% –, mas o mesmo não se pode dizer a partir de julho, quando o vírus provocou 7% do acréscimo de mortes em Portugal, um valor que o Jornal de Negócios explica com a onde de calor que se fez sentir.

No mês de março, antes do pico da pandemia, a doença provocou 29% do acréscimo de óbitos. Com exceção dos dois primeiros meses do ano, 2020 tem sido mais mortífero do que a média dos anos anteriores. Os dados da DGS consultados pelo Jornal de Negócios indicam que, nos primeiros oito meses deste ano, foram registados 79.930 óbitos no país, uma subida de 6% face à média do período homólogo dos últimos cinco anos e de 9% dos últimos dez. Relativamente a 2019, houve um aumento de 5%.

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