O incêndio que está a lavrar no Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, em Porto de Mós, desde domingo, já consumiu cerca de 1.000 hectares, disse à Lusa o presidente do Município.
O presidente da Câmara Municipal de Porto de Mós, Jorge Vala, revelou que neste incêndio arderam 1.000 hectares, a que se juntam os 570 hectares consumidos pelas chamas num outro incêndio de há cerca um mês e meio na mesma zona.
De São Bento à Mendiga ardeu o planalto todo. Para quem está a promover e a fazer um trabalho de conservação e preservação junto da comunidade para resultar promoção e valor acrescentado, isto é uma tragédia. Estamos muito tristes e revoltados”, afirmou o autarca.
Segundo Jorge Vala, a primeira chamada para o incêndio no Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, no distrito de Leiria, foi para a freguesia da Mendiga, cerca da 1h30.
“Até às 2h surgiram mais quatro focos de incêndio para norte. O último foi no Codaçal, onde é a exploração de pedreiras. Esse ganhou intensidade, até porque os bombeiros foram confundidos, indo para a Mendiga, o que atrasou a sua chegada”, contou.
Jorge Vala sublinhou ainda que, na madrugada de domingo, se verificava “vento, níveis de humidade abaixo de 10% e, sobretudo, muito calor”.
Depois, [o fogo] nasceu em zonas de muita dificuldade de acesso. Não existem acessos, nem nunca existirão. Estamos a falar de zonas de penhascos, zonas muito complicadas, onde espontaneamente nasce uma flora rica, que é marca identitária deste território. A conjugação de tudo isto leva a que ganhe dimensão”, referiu ainda.
O autarca informou também que os meios aéreos só chegaram seis horas depois, já depois das 8h. “Até lá os operacionais não conseguiram aceder ao fogo, nem levar água. Seis horas é muito tempo”, lamentou.
“Não tenho dúvidas de que isto foi mão criminosa com a intenção de provocar um grande incêndio. Fê-lo há um mês e meio e agora voltou a acontecer. Esta situação é incontrolável do ponto de vista da gestão do território. Por muito que limpemos, não conseguimos evitar isto”, acrescentou.
Cerca das 19h30, a página da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) indicava que estavam no combate ao incêndio no PNSAC, 177 operacionais, apoiados por 52 veículos e dois meios aéreos.
Segundo a mesma fonte, o fogo deflagrou às 1h49 de domingo numa área florestal.