A Associação Empresarial do Vale do Homem (AEVH) considerou esta quarta-feira que o Gerês “não teve mais gente” este verão do que nos anteriores, referindo um acréscimo de “procura interna” que “colmatou” a falta de emigrantes e turistas estrangeiros.

Em declarações à Lusa sobre a época de verão em Terras do Bouro, vila do distrito de Braga considerada a principal porta de entrada para o Parque Nacional Peneda-Gerês, o responsável pela AEVH, Carlos Silva, justificou a “falsa perceção” de ter havido “muito mais gente” no local devido a uma maior procura por parte de turistas nacionais.

Carlos Silva admitiu, no entanto, que o verão durante a pandemia de Covid-19 “foi bom” e “ajudou a equilibrar” alguns setores de atividade.

“Ao contrário do que se deu a entender, este ano não houve mais gente no Gerês. Houve mais procura interna, por parte do turista nacional, mas que veio colmatar a falta dos emigrantes”, explicou.

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Segundo Carlos Silva, o verão “foi uma época boa” para o turismo mas o “principal impacto” foi no setor do alojamento.

“Ao nível do alojamento foi um ano muito bom, com uma procura maior que os anos anteriores mas essa procura não teve igual reflexo na restauração e no comércio”, disse.

Carlos Silva salientou o “voto de confiança do turista nacional” na área.

De acordo com o responsável, ” começou a sentir-se cedo um aumento por parte de turistas nacionais que, por regra, ou viajam para o estrangeiro ou para outras zonas do país, mas que, este ano, se viram impedidos ou com mais dificuldades para o fazer”.

“Por outro lado, recebemos menos pessoas de fora e, sobretudo, não tivemos o regresso dos nossos emigrantes que, no verão, por si só, costumam encher a vila, os cafés, restaurantes, alojamento e mexer muito com a economia local, que foi também muito afetada com o cancelamento das festas populares”, continuou.

A AEVH deu ainda conta que os efeitos da procura não se sentiram só no verão: “Mal acabou o confinamento [devido à covid-19] começamos a ter procura de alojamento, mas agora mais de casas do que de quartos isolados”.

Apesar de o verão ter “de alguma forma ajudado a equilibrar” a economia local, aquela associação empresarial reforçou que o atual quadro de pandemia tem sido muito “duro” para a zona.

“O verão ajudou mas não salvou, por assim dizer. Os nossos associados sentiram e continuam a sentir um forte e muito negativo impacto causado pelos condicionalismos da pandemia”, alertou.