A Unidade Local de Saúde (ULS) do Nordeste esclareceu esta quarta-feira que as idosas que morreram depois de testarem positivo no surto de coronavírus na Santa Casa da Misericórdia de Bragança tinham várias doenças associadas à idade avançada.

Esta quarta-feira morreram quatro idosas, com idades entre os 78 e os 95 anos, que faziam parte dos 102 utentes e 21 trabalhadores que testaram positivo nos três lares de idosos da Santa Casada Misericórdia de Bragança.

A ULS do Nordeste divulgou um comunicado em que lamenta a morte dos quatro utentes da instituição e esclarece que uma das idosas se encontrava internada no hospital de Bragança e outras duas recorreram ao serviço de urgência da mesma unidade, onde acabaram por morrer.

A quarta idosa morreu num dos lares da instituição.

A ULS do Nordeste refere no comunicado que se trata “de doentes com idade avançada e comorbilidades diversas associadas”.

A entidade responsável pela Saúde no distrito de Bragança indica que “está a acompanhar a evolução do surto de infeção por Sars-Cov-2 nas Estruturas Residenciais para Idosos da Santa Casa da Misericórdia de Bragança, solidarizando-se com os esforços levados a cabo pelas entidades envolvidas na contenção e resolução do referido surto”.

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Acrescenta que, “através da Unidade de Saúde Pública, tem desenvolvido os maiores esforços na deteção precoce de casos de infeção, na minimização de eventuais efeitos da transmissão do vírus e na quebra de cadeias de contágio”.

Além da intervenção nos lares, a Unidade Local de Saúde esclarece que “está também a fazer o acompanhamento da situação nas restantes valências” da Misericórdia, “nomeadamente na Unidade de Cuidados Continuados, no Centro de Educação Especial e nos seus dois estabelecimentos de ensino”.

“Continuará, assim, a ULS do Nordeste, num contexto de proximidade e de parceria, empenhada em contribuir ativamente, através de todos os seus serviços de saúde, para a melhor assistência a todos os utentes”, conclui.

O surto na Misericórdia é o maior registado no distrito de Bragança desde o início da pandemia, com um balanço provisório de quatro mortes, 102 idosos e 21 trabalhadores infetados.

O surto teve início com um primeiro caso positivo de uma funcionária do Lar Santa Isabel, a 23 de setembro, e alastrou-se aos três lares localizados num complexo no centro da cidade de Bragança, com mais respostas sociais como uma Unidade de Cuidados Continuados, infantários e escola básica.

A Misericórdia é também a responsável pelo Centro de Educação Especial, que funciona num edifício fora deste complexo.

Nos três lares de idosos foram feitos mais de 300 testes e um terço deram positivo para o novo coronavírus. Os responsáveis da Misericórdia garantiram, nessa ocasião que todos os casos estavam “sem sintomas”.

Dos idosos que testaram negativo, 19 foram transferidos para um hotel da cidade e os restantes por serem acamados permanecem nas instalações da instituição.

Já esta semana começaram a ser testados utentes e trabalhadores das restantes respostas sociais e, esta quarta-feira ao início da tarde, a Misericórdia deu conta de que lhe foram comunicados resultados relativos à Unidade de Cuidados Continuados.

De acordo com o porta-voz, José Fernandes, 126 dos testados deram negativos e 19 ainda aguardam pelos resultados.

Ao todo foram realizados 272 testes na Unidade de Cuidados Continuados e no Centro de Educação e falta ainda testar 157 pessoas nestas valências.

Segundo a instituição, não são ainda conhecidos os resultados dos testes nas valências de ensino, nem se sabe se as mais de 300 crianças vão ou não ser testadas.

O número de infeções pelo novo coronavírus no distrito de Bragança aproxima-se das 900 no distrito de Bragança, que contabiliza 33 mortes associadas à Covid-19, desde o início da pandemia.