A ministra da Saúde diz que a capacidade de camas em unidades cuidados intensivos para Covid-19 pode chegar, “no limite máximo”, até às mil. A partir daí, haveria prejuízo em relação às outras patologias. Em entrevista ao Público e à Renascença, Marta Temido admite que a situação “é muito grave” e adianta que já foram identificados 500 funcionários públicos para ajudar com os inquéritos epidemiológicos para rastreio de contactos de doentes com Covid-19.

“A situação é muito grave, mas felizmente o número de camas de cuidados intensivos de que dispomos no SNS tem alguma capacidade de ajustamento”, disse, acrescentando que tem sido feito um reforço da resposta. Segundo a ministra, o sistema de saúde tem capacidade para, numa primeira fase, chegar “até às 589 camas” para doentes Covid em cuidados intensivos e depois “até às cerca de mil camas com prejuízo de outra atividade assistencial”.

Destas mil “só estão excluídas aquelas que são resposta a cuidados intensivos coronários, queimados, nenatologia… Muito pouca coisa”, diz Marta Temido.

Já o sector privado e social tem cerca de 112 camas de UCI. Segundo o último boletim sobre a Covid-19, estavam em UCI 517 doentes.

A ministra adiantou ainda que já foram identificados 500 funcionários de saúde para ajudar o SNS no rastreio de doentes. Esses 500 profissionais vão agora receber formação. Quando chegam ao terreno? “À medida que formos tendo a capacidade de acabar esta formação dos militares que é a primeira linha de montagem, digamos assim, com a qual estamos neste momento no terreno.” A ministra da Administração Pública, Alexandra Leitão, já tinha adiantado que foram sinalizados 800 funcionários públicos para essas funções — 300 dos quais são agentes da proteção civil.

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Sobre o plano de vacinação para a Covid-19, Temido refere que há uma equipa constituída que tem “como missão a entrega de um plano para a vacinação contra a Covid-19 em Portugal e que vai reunir”. Esse plano deverá chegar “até meados de dezembro”.

Em relação à gripe, diz que já foram vacinadas cerca de 1 milhão e 500 mil pessoas e que há “cerca de 300 mil doses em stock”, sendo que esta semana vão ser recebidas mais duzentas mil. “Até ao final da primeira semana de dezembro o programa estará completo. “