A Direção-Geral da Saúde garante que não recebeu uma “resposta em tempo útil” por parte da Unilabs, o laboratório responsável pelos testes à Covid-19 feitos pelo Sporting, que permitisse autorizar a utilização de Nuno Mendes e Sporar no jogo desta terça-feira, contra o FC Porto. Em comunicado, a autoridade de saúde indica ainda que a “investigação epidemiológica de Covid-19, incluindo os inquéritos epidemiológicos e a avaliação de risco no que respeita a clubes de futebol, é da responsabilidade da Autoridade de Saúde territorialmente competente”.

“Concretamente no que respeita aos dois jogadores do Sporting que terão tido um resultado positivo, a Autoridade de Saúde territorialmente competente, a quem cabe determinar as medidas, solicitou por escrito ao diretor médico da Unilabs-Portugal informação sobre se os resultados analíticos dos dois jogadores que estavam a ser avaliados constituíam falsos positivos, não tendo obtido resposta em tempo útil”, explica a nota emitida pela DGS, que acaba por confirmar a versão apresentada esta terça-feira por Frederico Varandas, presidente dos leões.

Nuno Mendes fora do SINAVE, o email (em falta) da Unilabs e uma queixa à Ordem: os detalhes dos “falsos positivos”

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Depois do apito final e da vitória do Sporting, Varandas apareceu na sala de conferências de imprensa — ao invés de Rúben Amorim — e explicou tudo o que se passou nos últimos dias em relação aos “falsos positivos” de Sporar e Nuno Mendes. Nessa declaração à comunicação social, o presidente leonino garantiu ter “provas documentais” de que a Autoridade Regional de Saúde (ARS) de Lisboa e Vale do Tejo reconheceu os “falsos positivos” e autorizou a utilização dos dois jogadores contra o FC Porto. “Posto isto, a ARS liberta o Sporar e temos a notificação de que os jogadores podem treinar e jogar. Acontece que, a partir de hoje [terça-feira] de manhã, o documento que era necessário, onde o laboratório afirmava que eram falsos positivos, já não chegava para a DGS. Queriam que o laboratório emitisse um documento onde estivesse escrito que tinha havia um erro. A DGS enviou então um email a pedir para mudar o conteúdo, a palavra, de falso positivo para erro. Até agora a resposta não chegou. O jogo já decorreu”, afirmou Varandas, numa versão agora confirmada pelo comunicado da DGS.

Ainda esta terça-feira, o presidente do Sporting garantiu que o corpo clínico do clube irá fazer uma queixa na Ordem dos Médicos contra o diretor clínico da Unilabs. “Vamos fazer uma queixa na Ordem dos Médicos do diretor clínico da Unilabs que, infelizmente, li que disse que não havia problema nenhum e que nem sequer tinha sido contactado. Pena que temos um email às 17 horas de hoje desse mesmo senhor. Volto a dizer, eu não negoceio valores, sejam presidentes, colegas, seja quem com for. Por fim, que já é tarde, vou abandonar este patético mundo de Covid porque dentro de poucas horas vou entrar num banco de 24 horas para tratar doentes de Covid reais”, terminou Frederico Varandas.

Varandas explica “falsos positivos” e anuncia queixa: “Agora deixo este patético mundo da Covid para entrar de banco com doentes reais”

Entretanto, através do diretor de comunicação, o Sporting voltou a pedir uma resposta ao laboratório. “A DGS continua a aguardar que a Unilabs-Portugal lhe envie diretamente o email que enviou para o diretor clínico do Sporting, em que assumiram que os testes de Sporar e de Nuno Mendes eram falsos positivos. Importam-se de responder? O e-mail da DGS foi só enviado ontem às 13h30”, escreveu Miguel Braga no Twitter.

(artigo atualizado às 13h18 com a publicação de Miguel Braga, diretor de comunicação do Sporting, no Twitter)