O Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP) prevê aplicar 2,5 milhões de euros na promoção em 2021, um reforço de mais 20% para a realização de ações a nível nacional e internacional, anunciou o organismo.

Marcado pela pandemia de Covid-19, o ano de 2020 provocou uma quebra na ordem dos 50 milhões de euros nas duas denominações de origem protegidas – Porto e Douro. O volume de negócios atingiu os 517 milhões de euros, menos 9,5% do que no ano anterior (570 milhões de euros).

Gilberto Igrejas, presidente do IVDP, com sede no Peso da Régua, distrito de Vila Real, afirmou esta sexta-feira à agência Lusa que o orçamento destinado à promoção aumentou na ordem dos 20% para 2021, prevendo-se investir 2,5 milhões de euros em ações “muito voltadas para o mercado internacional, mas não descurando o mercado nacional”.

O plano de internacionalização a concretizar, se a situação pandémica assim o permitir, irá centrar-se em formações por exemplo, em escolas de hotelaria, concursos, provas, jantares vínicos, entronizações, ações com profissionais e consumidores, bem como missões inversas, trazendo jornalistas para descobrir a Região Demarcada do Douro.

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As iniciativas passarão pela França, Suíça, Dinamarca, Bélgica, Holanda, Estados Unidos da América (EUA), Canadá, Brasil, entre outros países.

Quanto ao Reino Unido, segundo Gilberto Igrejas, está a ser desenvolvida uma parecia com a Universidade de Oxford que “vem consolidar a aliança luso-britânica” que assinala 650 anos em 2023.

Em Portugal, pretende-se retomar as provas nos aeroportos do Porto e Lisboa, o evento vínico e gastronómico “Tast in Douro”, comemorar o Dia do Vinho do Porto (10 setembro) e apresentar a Rota dos Vinhos do Douro e Porto, integrada numa grande rota a Norte, numa iniciativa conjunta com a entidade de Turismo do Porto e Norte e também as três comissões vitivinícolas regionais.

Gilberto Igrejas disse que “falta democratizar” o consumo de vinho do Porto, podendo este ser “celebrado praticamente em todos os dias”.

Nesse sentido, lembrou a campanha lançada em dezembro “Onde levas o teu Porto?”, que faz um apelo ao “consumo regrado e moderado pelos mais jovens”.

A campanha pretende alargar os momentos de consumo atingindo os consumidores mais jovens, aumentar a procura, ao mostrar a extensa variedade de tipos e categorias de vinho, cortar amarras com a tradição do seu consumo exclusivo em momentos solenes e, assim, conseguir novos hábitos que democratizem o seu consumo.

Este vai também ser um ano de uma maior aposta no digital, com o lançamento de um novo sítio do instituto na Internet.

Em 2021, o IVDP quer ainda reforçar a proteção das denominações de origem em mais países e uma outra linha de ação definida é a sustentabilidade ambiental na mais antiga região demarcada e regulamentada do mundo.

Com o início da pandemia em março de 2020, os mercados fecharam as portas e, no Douro, temeu-se uma redução significativa nas vendas dos vinhos da região.

O ano acabou com quebras de 10%, em termos de valor, para os vinhos do Porto e de 8,5% para os vinhos do Douro, num total de 9,5% para as duas denominações de origem.

Segundo Gilberto Igrejas, o vinho do Porto teve uma diminuição mais acentuada no mercado nacional, arrastado pelo encerramento do canal Horeca (hotéis, restaurantes, cafés) e pela redução do turismo.

O Porto exportou menos 3,7% em valor e o Douro 0,7%. Nas duas denominações de origem o mercado nacional significou menos 20%.

Com o confinamento em Portugal, os consumidores optaram pelas plataformas digitais para a aquisição de vinhos, principalmente os de mesa. No entanto, a reação positiva das vendas online e o aumento do consumo em casa não compensaram o impacto negativo nas vendas no mercado nacional.