Armazena-se e transporta-se em forma de pó, à temperatura ambiente. Após a reconstituição apenas precisa de ser guardada no frigorífico e pode ser administrada por via subcutânea ou intranasal. Estas são apenas algumas das características da vacina que Helena Florindo está a desenvolver na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa. Se tudo correr bem e não houver surpresas, no segundo trimestre de 2022 deverá estar pronta para ser submetida a aprovação por parte da Agência Europeia de Medicamentos e do CDC, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças, organismo regulador congénere nos Estados Unidos.

“Continua a fazer sentido este desenvolvimento enorme de vacinas que estamos a ver a nível mundial”, diz a cientista. “Como tem sido infelizmente demonstrado pelos números disponíveis, para que os países possam chegar à imunidade de grupo existem vários obstáculos que é necessário ultrapassar.” A investigação de mais vacinas que possam chegar rapidamente ao mercado é um deles.

Em parceria com a israelita Ronit Satchi-Fainaro, professora catedrática da Universidade de Telavive – com quem tem trabalhado nos últimos anos na pesquisa de nanovacinas contra o cancro –, a cientista portuguesa, líder de grupo no Instituto de Investigação do Medicamento, está agora empenhada em garantir que a Covax (nome provisório) entre rapidamente em testes de nível 1 (com humanos).

Leia aqui a história deste projeto.

Este artigo faz parte de uma série sobre investigação científica de ponta e é uma parceria entre o Observador, a Fundação “la Caixa” e o BPI. O projeto Safe andEfficaciousSARS-CoV-2-targetedVaccine / Desenvolvimento de uma Vacina Translacional Contra a COVID-19, liderado por Helena Florindo, da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, foi um dos seis selecionados (dois em Portugal) – entre 349 candidaturas – para financiamento pela fundação sediada em Barcelona, ao abrigo da edição especial dedicada à Covid do programa Caixa Impulse. A investigadora recebeu 300 mil euros. O CaixaImpulse promove a transformação do conhecimento científico criado em centros de investigação, universidades e hospitais em empresas e produtos que geram valor para a sociedade. As candidaturas para a edição de 2021 encerraram em outubro e para a edição de 2022 deverão abrir no próximo verão (data a anunciar).  

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