Os presidentes das instituições europeias reúnem-se na sexta-feira por videoconferência com o Presidente turco para um balanço das relações entre a UE e a Turquia, tema da próxima cimeira europeia, anunciaram esta quinta-feira os seus porta-vozes.

Os presidentes da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e do Conselho Europeu, Charles Michel, vão reunir-se amanhã (sexta-feira) por videoconferência com o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan”, indicaram os porta-vozes das duas instituições.

Adiantaram que o encontro visava fazer o ponto da situação das relações entre a União Europeia e a Turquia, tendo em vista a cimeira europeia de 25 e 26 de março.

A relação com a Turquia continua difícil. Foram constatados sinais positivos em relação ao Mediterrâneo Oriental, mas o comportamento de Ancara continua a colocar problemas e permanece uma fonte de preocupação”, explicou um responsável europeu.

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Segundo um diplomata, não estão ainda reunidas as condições para uma deslocação dos presidentes das instituições europeias a Ancara.

O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, prepara um relatório sobre o estado das relações com a Turquia para a cimeira europeia.

“O tema será discutido na reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros na próxima segunda-feira em Bruxelas e as posições dos Estados membros permitirão a Borrell dar os últimos retoques nas suas recomendações”, indicou hoje o responsável europeu.

A Turquia é um parceiro particular para a UE, pois é candidata à adesão. Mas tem sempre comportamentos que colocam problemas”, sublinhou.

As relações entre a União e a Turquia foram muito tensas ao longo de 2020 devido a atividades consideradas “agressivas” no Mediterrâneo Oriental e do envolvimento de Ancara nos conflitos na Síria, Líbia e Nagorno-Karabakh.

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O Presidente turco mostrou uma vontade de apaziguamento no final de 2020 após uma cimeira europeia durante a qual os dirigentes da UE decidiram sancionar certas ações da Turquia.

Observamos uma ausência de sinais negativos desde o início do ano, mas ninguém é ingénuo, pois vários fatores explicam este comportamento: a mudança do presidente dos Estados Unidos, a fragilidade da economia turca e as consequências de possíveis sanções europeias”, explicou um diplomata europeu à AFP.

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“A UE deve reconhecer os sinais positivos e encorajá-los com uma abertura gradual ao nível das relações económicas, a união aduaneira e o diálogo político. Mas deve continuar atenta. Se a situação se agravar novamente entre a Grécia e a Turquia ou em Chipre ou sobre outros assuntos, será necessário partir novamente na outra direção”, alertou.