O montante global de empréstimos abrangidos por moratórias no final de fevereiro era de 45,6 mil milhões de euros, menos 0,1 mil milhões do que em janeiro, informa o Banco de Portugal. Esta é a mais recente atualização dos dados do Banco de Portugal sobre esta matéria, sendo que muito recentemente (na semana passada) tinha sido inaugurado um novo portal de informação com dados de final de janeiro.

“Esta variação resulta de uma redução de 0,8 mil milhões de euros em empréstimos que deixaram de estar abrangidos por este regime (dos quais 0,7 mil milhões referentes a particulares), que foi parcialmente compensada por 0,7 mil milhões de euros de novos empréstimos em moratória. As novas adesões são de montantes idênticos para os particulares e para as sociedades não financeiras (0,3 mil milhões de euros)”, indica o Banco de Portugal.

O governador do Banco de Portugal avisou esta terça-feira, na véspera de ser votada uma proposta do PCP para prolongar as moratórias bancárias, que “não está, neste momento, colocada a hipótese de a Autoridade Bancária Europeia (EBA) prolongar o enquadramento” transitório que foi criado, a nível europeu, para permitir que os bancos não considerassem os créditos em moratória como créditos em incumprimento ou em reestruturação.

Como nada leva a crer que esse enquadramento vá ser prolongado, não é desejável, considera Mário Centeno, que Portugal queira avançar com uma iniciativa que deixe o país “isolado” no contexto europeu e que, na realidade, vá originar uma “armadilha” para famílias e empresas – já que pode haver uma “marcação massiva” de créditos como problemáticos e, por essa razão, colocar em risco o acesso futuro destes clientes a serviços bancários.

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Esta foi a mensagem que Mário Centeno procurou passar, de forma reiterada, na audição parlamentar esta terça-feira na Assembleia da República (pedida pelo Bloco de Esquerda).

Centeno avisa. Prolongar moratórias “isola” Portugal na banca europeia