O Conselho de Ministros anunciou esta quinta-feira que aprovou a participação de Portugal no sétimo aumento de capital do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), que no final de 2019 aumentou o capital em 125% para 208 mil milhões de dólares.

“Foi aprovada a participação de Portugal no sétimo aumento geral de capital do BAD, instituição financeira multilateral de referência no financiamento e apoio ao desenvolvimento do continente africano”, lê-se na nota divulgada após o Conselho de Ministros.

“Este aumento de capital constitui uma peça fundamental para o alargamento da capacidade de financiamento do BAD aos países africanos, especialmente premente no atual contexto de combate e mitigação aos efeitos da Covid-19″, acrescenta-se no texto.

O comunicado lembra que Portugal foi o primeiro acionista não regional do BAD “e desde então tem participado em todos os processos de aumento de capital da instituição”.

Os acionistas do BAD aprovaram em outubro de 2019 o sétimo aumento de capital deste banco multilateral, subindo em 125% para 208 mil milhões de dólares (186,6 mil milhões de euros). “Hoje é um dia histórico para o BAD e para África”, afirmou Akinwumi Adesina na conferência de imprensa que encerrou, em outubro de 2019, a quinta reunião extraordinária dos acionistas desde que o processo de aumento de capital começou em Busan, Coreia do Sul, em 2017.

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O banqueiro anunciou então que “os acionistas aprovaram o maior aumento de capital desde o estabelecimento do banco, em 1964, com um aumento de 125% do capital social, o que significa que o capital geral vai mais do que duplicar, passando de 93 mil milhões de dólares para 208 mil milhões de dólares”. Adesina disse que este aumento de capital, a concretizar em 10 anos, “vai permitir ao BAD manter o rating de triplo A, vai permitir que continue a ser o banco de escolha para o povo de África, porque terá mais recursos que nunca, e permite atingir ainda mais resultados do que antes”.

Este fortalecimento financeiro “não é só uma questão para os banqueiros, mas sim para as pessoas, para os africanos”, vincou o presidente do BAD, elencando que, com mais recursos ao seu dispor, será possível potenciar o desenvolvimento económico africano. “Vai ser possível que 105 milhões de pessoas fiquem ligadas à eletricidade, que seja providenciado novas tecnologias agrícolas a 244 milhões de pessoas, permite que 15 milhões de africanos beneficiem de financiamento relacionado com o clima, que 252 milhões vejam o acesso a transportes melhorados, e que 128 milhões de africanos tenham acesso a água e saneamento básico”, vincou Akinwumi Adesina. Com este aumento, concluiu, “os acionistas mostraram que têm uma tremenda fé e confiança em África e no futuro de África”.

O aumento de capital, cujas contribuições serão recebidas nos próximos dez anos, é feito em volume de Unidades de Conta (UC), que funcionam na mesma lógica dos Direitos Especiais de Saque usados pelo Fundo Monetário Internacional, e cujo valor final varia não só consoante a cotação das outras moedas, como também qual o período em que o câmbio é feito.