O presidente da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) avisou, em entrevista ao Negócios e à Antena 1, que os despedimentos coletivos no setor vão ser “inevitáveis” caso os apoios ao emprego não sejam prolongados. Raul Martins avançou ainda que será preciso apoio do Estado para fazer testagem em massa aos trabalhadores dos hotéis.

Com mais de um ano de pandemia da Covid-19 e com muitos alojamentos fechados ou com um número de reservas incomparável com o passado, o presidente da AHP alertou que “se o apoio ao emprego” não se prolongar além de setembro, nomeadamente “pagando a totalidade do salário daqueles que não trabalham”, haverá, “inevitavelmente, despedimentos coletivos”.

A alternativa, afirmou, é “ficar a dever os ordenados”, tendo em conta que a época alta de 2021 vai representar apenas metade da atividade registada em 2019.

Por outro lado, Raúl Martins explicou que os hotéis não têm o “hábito” de fazer testagem massiva dos trabalhadores e até admitiu que essa prática possa vir a ser uma realidade, mas apenas com o “patrocínio do Estado”.

“Tal como acontece com as escolas, onde esses testes são grátis, aqui também deverão ser oferecidos pelo Turismo de Portugal. Devia ser o Estado a proporcionar essa situação. Não vale a pena darem-nos o dinheiro para comprarmos testes. É preferível haver critérios e haver testes rápidos, que são mais simples de executar no terreno e que sejam patrocinados pelo Turismo de Portugal”, realçou o responsável, frisando que essa medida seria “muito útil, porque sabemos que o turista quer segurança”.

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