Nos últimos dez anos chegaram aos hospitais e às farmácias hospitalares (e comunitárias) muitos novos medicamentos e terapias contra o cancro. Mas os próximos dez podem muito bem trazer uma dose de esperança e qualidade de vida ainda maior para doentes oncológicos. Em laboratórios espalhados por todo o mundo, milhares de investigadores partilham conhecimento e desenvolvem abordagens inovadoras que poderão fazer a diferença de forma abissal.

É esse o caso de Bruno Silva-Santos. Se tudo correr bem, o projeto que o cientista está a coordenar no Instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes, em Lisboa (de que é também vice-diretor), poderá ser um marco na história da oncologia.

E equipa do investigador desenvolveu uma imunoterapia universal, graças à qual as células de um único dador saudável poderão ser aplicadas a um grande número de doentes. Ao contrário do que se passa atualmente na imunoterapia “convencional”, em que são as células do próprio paciente que, depois de manipuladas em laboratório, são novamente usadas para o tratar, a nova abordagem poderá permitir um aumento considerável na taxa de sobrevida de doentes com Leucemia Mielóide Aguda, a mais mortífera das neoplasias sanguíneas.

Leia aqui a história deste projeto.

Este artigo faz parte de uma série sobre investigação científica de ponta e é uma parceria entre o Observador, a Fundação “La Caixa” e o BPI. O projeto Next-Generation CAR-DOT Cells for Allogeneic Adoptive Cancer Immunotherapy / Podemos Criar uma Imunoterapia Universal para Combater o Cancro?, liderado por Bruno Silva-Santos, do Instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes ,(IGC) foi um dos 25 selecionados (seis em Portugal) – entre 632 candidaturas – para financiamento pela fundação sediada em Barcelona, ao abrigo da edição de 2019 do Concurso Health Research. O investigador recebeu cerca de um milhão de euros para desenvolver o projeto ao longo de três anos. O Health Research apoia projetos de investigação em saúde e as candidaturas para a edição de 2021 encerraram a 3 de dezembro. Em meados deste ano deverão estar disponíveis as informações sobre as candidaturas para 2022.

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