A Câmara de Torres Vedras, agora presidida por Laura Rodrigues, aprovou, por unanimidade, um voto de pesar pela morte do presidente Carlos Bernardes, na última reunião do executivo municipal.

No voto de pesar, esta autarquia do distrito de Lisboa “manifesta o mais profundo pesar pelo falecimento do seu presidente“, endereçando condolências à família do autarca. O município recorda o autarca pela sua “vida marcada pela dedicação à causa pública com brio, competência, determinação e empenho“, no desempenho dos diversos cargos autárquicos que teve.

“Idealista, dinâmico e visionário, imprimiu ao exercício dos cargos um cunho eminentemente pessoal, expresso no compromisso para com as causas ambientais, que posicionou Torres Vedras na vanguarda das agendas europeias em domínios estratégicos” como a educação para a sustentabilidade, proteção ambiental, mobilidade sustentável, neutralidade carbónica e combate às alterações climáticas, recordam os colegas do executivo.

Enquanto conhecedor do território, Carlos Bernardes é ainda recordado pelo “forte compromisso para com a resolução dos problemas dos cidadãos, mostrando-se sensível e atento às necessidades das comunidades e eficaz na mobilização de recursos e meios para a sua mitigação e supressão”.

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Segundo a autarquia, também se “revelou um presidente próximo dos trabalhadores” da câmara, Serviços Municipalizados de Água e Saneamento e empresa municipal Promotorres, demonstrando “empenho para melhorar o seu bem-estar, saúde e condições ambientais, contribuindo, assim, para a dignificação da prestação dos serviços públicos”.

O autarca é ainda lembrado pela aproximação do município às universidades, pela cooperação com diversas entidades em vários domínios e pela “capacidade de liderança e elevada resistência” enquanto responsável pela Proteção Civil, nomeadamente aquando dos ventos ciclónicos que atingiram o concelho em 2009 e na coordenação das operações de combate à pandemia de Covid-19 desde 2020.

A nota de pesar salienta ainda que, enquanto “defensor intransigente dos interesses de Torres Vedras, Carlos Bernardes colocou, sempre e incondicionalmente, este território e a sua população em primeiro lugar, sacrificando a sua própria saúde”.

O presidente da câmara até à semana passada, Carlos Bernardes, de 53 anos, foi encontrado morto em casa no dia 3, estando as circunstâncias em que ocorreu a morte a ser investigadas pela Polícia Judiciária.

Em março, a comissão política de Torres Vedras do PS tinha aprovado a sua recandidatura à presidência do município, nas eleições autárquicas deste ano. Carlos Bernardes ganhou pela primeira vez a corrida à presidência da câmara em 2017 e foi vice-presidente entre 2005 e 2015.

Em 2015, tinha assumido o cargo de presidente, quando o então líder do executivo, Carlos Miguel, renunciou ao mandato para assumir funções no Governo.