Houve um pouco de tudo: tensões entre jogadores que começaram com Giroud e Mbappé, desentendimentos no balneário entre Pogba e Rabiot pelo maior ou menor compromisso com e sem bola, discussões entre defesas pelos posicionamentos em campo (Varane e Pavard) e até um clima de tensão entre famílias dos jogadores nas bancadas. Os bastidores da campanha da França no Europeu, onde conseguiu apenas uma vitória em quatro jogos, continuam a ser dissecados ao pormenor, com o The Athletic a explicar agora como a chamada de Karim Benzema também mexeu com o ambiente e como até a escolha de hotéis conseguiu gerar problemas.

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À partida, o lugar de Didier Deschamps, que no meio da confusão andava a tentar apaziguar todas as partes, não parece estar em perigo e pode cumprir o contrato que tem até ao Mundial de 2022, sabendo porém que existe uma sombra disponível chamada Zinedine Zidane. No entanto, a Federação Francesa pretende reunir com vários elementos, incluindo o selecionador, para perceber o que correu mal e o que pode ser evitado no futuro. E se esse é um tema para os próximos dias, a situação de Mbappé é outro. E essa novela de verão teve outro capítulo.

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Apesar de ter feito um Campeonato da Europa muito abaixo do que se esperava, com apenas uma assistência e um penálti muito duvidoso ganho, o avançado, que falhou a grande penalidade decisiva diante da Suíça e acabou a prova como o jogador com mais remates feitos sem golo, continua a ser um dos ativos mais disputados entre os principais clubes europeus e o facto de terminar contrato em 2022 coloca todas as atenções em Mbappé.

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Inicialmente, as primeiras informações da imprensa francesa davam conta de conversas do internacional gaulês com alguns companheiros de equipa dizendo que não teria intenção de renovar o vínculo que tem com o PSG. Ou seja, e perante este cenário, o vice-campeão francês ou tentava vender o avançado com o melhor negócio possível para amortizar parte dos 135 milhões de euros pagos ao Mónaco ou corria o risco de ficar sem o jogador a custo zero. Agora, a realidade parece ser outra mas nem por isso garante mais futuro no Parque dos Príncipes. Foi isso mesmo que o L’Équipe adiantou, frisando que vários dirigentes já tinham conhecimento disso mesmo.

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Agora, de acordo com a Marca, existe um outro plano mas que não deverá concretizar-se, embora seja essa a vontade do jogador. Segundo o jornal espanhol, Mbappé quer ter uma saída a bem do clube francês, até por forma a agradecer o investimento feito quando estava no Mónaco. Ainda assim, aquilo que os representantes do jogador apresentaram não tem grande margem para seguir em frente: renovar contrato com o PSG mas colocar no novo vínculo uma cláusula que facilitasse a saída para outro clube, tendo na cabeça o Real Madrid. Questão: de acordo com o artigo 202 da Liga de Futebol Profissional de França, esse tipo de cláusulas estão proibidas. A única hipótese seria fazer um acordo privado com essa salvaguarda, num momento que será sempre um risco.

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Desta forma, continua tudo na mesma: Kylian Mbappé termina contrato em 2022 com o PSG, pode assinar como jogador livre no final do ano e já terá feito saber que pretende rumar ao Real Madrid, que vê no jovem francês o tal galáctico para uma nova era que se irá iniciar com a inaugurar com o remodelado Santiago Bernabéu. As cenas dos próximos capítulos não vão demorar. E a margem dos parisienses é cada vez menor.