O advogado Luís de Belo Morais é o cabeça de lista da coligação que junta o Partido da Terra (MPT) e o Partido Democrático Republicano (PDR) à Câmara de Cascais, no distrito de Lisboa, nas eleições autárquicas.

À agência Lusa, Luís de Belo Morais, de 62 anos, que concorre como independente na coligação designada “Cascais Mais Ambiente”, afirmou este domingo que “as máquinas partidárias que têm tomado os comandos de Cascais servem sempre os mesmos interesses e lóbis, e está na altura de substituir o paradigma — o paradigma da construção civil”.

“Há 20, 30 anos fazia sentido e havia necessidade de construção. Mas agora tenta-se manter esse paradigma que não se justifica, nem é sustentável”, continuou o candidato, defendendo que “as pessoas precisam de qualidade de vida e de apoio social”.

Referindo que se vive “num tempo difícil, em que os programas de apoio social e de lazer devem ser fundamentais”, Luís de Belo Morais sustentou que “a prioridade das prioridades” da candidatura é “o reordenamento urbanístico, considerando as necessidades ambientais”.

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“As pessoas, em Portugal, começam a estar sensibilizadas para as questões ambientais e da sustentabilidade”, disse, explicando que, além destas, as prioridades da candidatura passam pela “inclusão, que vai levar em conta as necessidades da população em geral”.

Adiantando que “estes princípios do ambiente, da sustentabilidade e da inclusão, os pilares da candidatura, pretendem ser os princípios norteadores da gestão camarária”, o cabeça de lista destacou, igualmente, a importância de dar suporte à “população muito envelhecida do concelho”.

“Pretendemos implementar um programa de apoio dirigido, especificamente, a esta faixa etária da população que necessita de especial atenção”, acrescentou.

De acordo com as suas declarações, Luís de Belo Morais lançou, em 2006, o Movimento de Apoio à Renovação de Cascais, para uma candidatura à câmara municipal, o que não se concretizou. Foi, ainda, um dos fundadores do partido Nós, Cidadãos!. Acabou por se demitir por, enquanto presidente do conselho fiscal, não lhe terem sido apresentadas as contas, esclareceu à Lusa.

O advogado adiantou que, “no ano passado, foi criada uma plataforma informal, de pequenos partidos, movimentos e associações, que promoveu um debate sobre os problemas do país. para apresentar uma alternativa ao poder”.

“O facto de o PDR e MPT apoiarem vem deste background, para demonstrar que pode ser uma ampla plataforma que vai juntar todos estes descontentes e cansados do ‘mais do mesmo’ e dar vida ao azul e verde, para sobrepor ao cinzento do concelho”, afirmou o candidato da coligação “Cascais Mais Ambiente”.

O atual executivo de Cascais, presidido pelo autarca do PSD Carlos Carreiras, é formado por seis elementos (inclui o presidente) da coligação “Viva Cascais” (PSD/CDS-PP), quatro do PS e um da CDU (coligação PCP-PEV).

Já foram anunciados como candidatos à Câmara de Cascais o atual presidente do município, Carlos Carreiras, o atual vereador comunista Clemente Alves (CDU), Luís Salgado (BE), Miguel Barros (Iniciativa Liberal) e o não militante Alexandre Faria, cabeça de lista da coligação “Todos por Cascais”, que junta PS, PAN e Livre.

As eleições autárquicas estão marcadas para 26 de setembro.