Foram detetados oito casos de infeção entre as crianças da Casa da Criança de Tires, uma casa de acolhimento residencial onde vivem filhos de reclusas do Estabelecimento Prisional de Tires e crianças que viviam em situação de perigo, confirmou ao Observador fonte oficial da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARS-LVT).

Nenhum dos funcionários da instituição está infetado, mas foram registados dois casos de infeção entre voluntários ou outras pessoas relacionadas com a instituição, segundo a ARS-LVT. A autoridade de saúde considerou que eram contactos de baixo risco e que podem continuar a trabalhar.

Os funcionários considerados de baixo risco realizaram teste, e na sequência do resultado mantiveram-se a trabalhar, cumprindo as normas e orientações da Direção-Geral da Saúde, nomeadamente, a  correta utilização dos Equipamentos de Proteção Individual”, respondeu fonte da ARS-LVT.

As crianças infetadas estão bem, pelo menos, no que à infeção diz respeito. Ressentiram-se mais com o afastamento, lamentou Ana Rita Rego. O afastamento das outras crianças e de parte dos profissionais com quem costumavam conviver diariamente.

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A diretora da Casa da Criança de Tires explicou ao Observador que as crianças infetadas foram separadas das que tiveram teste negativo e que a equipa de profissionais foi dividida de forma a só contactarem com um dos grupos de crianças. Os que estão em contacto com as crianças infetadas têm de usar macacão, duas máscaras e reforçar ainda mais a desinfeção das mãos, explicou a diretora.

Ainda assim, admitiu Ana Rita Rego, seria ainda pior se os funcionários da instituição não pudessem continuar a trabalhar e tivessem de ser outras pessoas, completamente estranhas às crianças, a assegurar este período de isolamento. A missão da casa é providenciar a estas crianças em situação de perigo um ambiente seguro e de afetos e isso constrói-se no contacto com as pessoas com quem lidam todos os dias.

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A instituição tem, neste momento, 11 crianças entre os seis e os 12 anos, disse Ana Rita Rego. A diretora da Casa da Criança de Tires garantiu que nem as crianças foram visitar a mãe ao estabelecimento prisional, nem as crianças que têm programas de reencontro com as famílias tiveram contactos próximos neste período. “Não houve risco para as famílias”, assegurou Ana Rita Rego.

Fonte oficial da ARS-LVT diz que as mães no Estabelecimento Prisional de Tires “não foram testadas por não terem indicação técnica para tal”. Fonte da Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais confirma também que não há, neste momento, casos de infeção na prisão e que todas as reclusas com indicação para tal já terão, pelo menos, tomado a primeira vacina.