A Aston Martin decidiu apimentar a sua gama, juntando aos modelos mais conhecidos, dos luxuosos desportivos como o coupé DB11 ao DBX, o SUV da marca, dois superdesportivos de fazer crescer água na boca. Tanto mais que ambos têm como objectivo ser os mais eficientes e rápidos em pista ou em estradas sinuosas.

O Valkyrie é o “monstro” da família, com 1176 cv resultantes da combinação de um motor eléctrico com um V12 atmosférico. O motor de combustão, com 6,5 litros de capacidade, foi concebido para girar até às 11.000 rpm e debitar duas “coisas” fundamentais para os amantes desta classe de veículos: 1014 cv e um roncar de pôr os cabelos em pé. Como se a mecânica não bastasse, o construtor inglês reforçou-lhe os argumentos com um conjunto chassi/carroçaria desenhado por Adrian Newey, o mago da aerodinâmica que concebe os Fórmula 1 da Red Bull e que tem por hábito “envergonhar” a concorrência.

Se o Valkyrie surgia como o melhor que a Aston Martin era capaz de fazer, sendo proposto por 2,5 milhões de euros (antes de impostos) e apontando armas a concorrentes como o Bugatti Chiron – mais potente (1500 cv) mas muito mais pesado, uma vez que o Valkyrie não ultrapassa 1030 kg -, era necessário conceber um superdesportivo mais acessível e menos potente, capaz de se bater com os melhores Ferrari, Lamborghini e McLaren, o que originou o Valhalla. Mas, ao que tudo indica, este irmão mais simples do Valkyrie saiu melhor do que a encomenda.

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Com uma estética deliciosa e a mesma preocupação aerodinâmica, destinada a garantir downforce sem comprometer a eficiência aerodinâmica, ou seja, sem limitar a velocidade máxima, o Valhalla apresenta-se agora na versão definitiva, mas a anunciar 950 cv, quando inicialmente prometeu rondar os 800 cv, para alinhar pela concorrência.

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Em parte, a responsabilidade deste incremento prende-se com a troca do motor. Em vez de ser uma nova unidade 3.0 V6 biturbo, como inicialmente foi pensado, foi substituído por um 4.0 V8 biturbo herdado das Black Series da Mercedes-AMG, com cambota plana e tudo, capaz de debitar 750 cv e atingir umas respeitáveis 7200 rpm, sendo que passa tracção exclusivamente ao eixo traseiro. A este motor de combustão, o Valhalla alia dois motores eléctricos, um instalado no eixo da frente e outro no de trás, totalizando 204 cv, o que empurra a potência combinada para 950 cv e, quase tão importante quanto isso, o binário máximo para além da mítica fasquia dos 1000 Nm. Associada à mecânica híbrida está uma caixa de dupla embraiagem que utiliza uma marcha-atrás eléctrica, o que deixa livres oito relações para andar para a frente.

Em modo eléctrico, a energia da bateria (cuja capacidade não foi revelada) é canalizada apenas para o eixo da frente, situação que se altera nos outros modos de condução, dependendo das solicitações do condutor pois, em determinadas condições, toda a potência eléctrica pode ser enviada para o eixo traseiro, para apoiar o V8 e garantir melhores performances. Em modo zero emissões, a velocidade está limitada a 130 km/h, sendo que a autonomia eléctrica deste híbrido plug-in aponta aos 15 km.

Com esta mecânica híbrida, o Valhalla será capaz de superar os 100 km/h em menos de 2,5 segundos, para depois continuar alegremente até deixar para trás os 330 km/h. Valor que, convenhamos, impõe bastante respeito, especialmente se tivermos em conta que este é apenas o “irmão” menos potente…