O Sindicato dos Jornalistas (SJ) manifestou-se preocupado com “o crescendo de violência” dos manifestantes anti-vacinas contra os profissionais de informação e pede que seja reforçada a presença das forças de segurança nos locais onde esses grupos se manifestam.

Numa carta enviada na quarta-feira ao ministro da Administração Interna, ao superintendente-chefe da Polícia de Segurança Pública e ao comandante-geral da Guarda Nacional Republicana, o SJ frisa encarar “com grande preocupação o anúncio de um protesto de manifestantes anti-vacinas junto à delegação da RTP em Vila Nova de Gaia, esta quinta-feira, temendo que esteja em causa a integridade física dos jornalistas, assim como o direito destes ao trabalho”.

O sindicato apela aos destinatários da missiva para que tomem as diligências necessárias para que sejam garantidas “as condições de seguranças destes profissionais, com reforço de meios policiais, se assim as autoridades competentes acharem necessário”.

Na mesma missiva, esta quinta-feira tornada pública, o SJ apela aos jornalistas para que redobrem os cuidados nestas manifestações, para que procurem proteção policial sempre que sentirem a sua integridade física em risco ou que estejam a ser limitados ou impedidos de trabalhar e insta os profissionais a apresentarem queixa às autoridades, “zelando para que os infratores sejam identificados na hora pelas autoridades”, tal como exorta as direções dos órgãos de comunicação social a prosseguirem com queixas “até às últimas consequências”.

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A estrutura sindical alerta para um “recrudescer de ameaças inaceitáveis, que, em alguns casos, se materializaram em agressões, como sucedeu na passada quinta-feira” e lembra que a agressão a jornalistas é um crime público, “pelo que quem o testemunhar tem o dever de o denunciar e agir”.

O SJ não pode ficar parado, nem indiferente, quando são ameaçados, além das pessoas e profissionais, direitos tão básicos dos cidadãos como o de informar e ser informado, assim como o direito ao trabalho e a exercê-lo em condições de dignidade, segurança e liberdade”, refere o sindicato.

Lamentando “ter de o fazer num país democrático”, o SJ refere que os jornalistas e o exercício do jornalismo “são um pilar fundamental da democracia, pelo escrutínio que fazem dos abusos de poder, na denúncia de injustiças e atropelos aos direitos dos nossos concidadãos”.

Os jornalistas, e o sindicato que os representa, respeitam e defendem o direito de todas as pessoas e instituições à manifestação, tal como é consagrado na lei, sem violência, com respeito pelos outros e em acordo com o quadro legal vigente”, vinca a estrutura sindical.