A União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR) manifestou-se solidária para com as mulheres afegãs, perante a situação vivida atualmente no Afeganistão, e defendeu iniciativas de apoio, desde logo o asilo político em Portugal e na Europa.

Em comunicado, a associação recorda o passado das mulheres afegãs nas últimas décadas e a opressão e violência sofridas sobretudo durante o domínio do regime talibã, sublinhando que o país volta agora a um cenário crítico.

“O Afeganistão está numa grave crise. É preciso assegurar que os direitos humanos, das meninas e das mulheres são protegidos”, escreve a UMAR, que manifesta a sua solidariedade para com estas pessoas, defendendo iniciativas de apoio, nacionais e internacionais.

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Desde logo, defendem o asilo político para as mulheres afegãs, em Portugal e na Europa, e a simplificação desse processo, e exigem um posicionamento forte das instituições internacionais na defesa dos direitos humanos e das mulheres, sem qualquer tipo de intervenção militar.

Por outro lado, sublinham também a importância de “fazer circular as vozes das mulheres afegãs que puderem organizar-se na resistência ao novo regime” e de um fundo de solidariedade para as organizações que as representam.

“Quando o regime talibã dominou o país, a partir de 1996, foram cometidas as maiores atrocidades contra as mulheres e os/as jovens. Esses tempos obscuros regressam agora, quando as milícias taliban chegam a Cabul”, alerta a associação.

No mesmo comunicado, a UMAR partilha o testemunho de jovens afegãs, como o de Aisha Klurram, 22 anos, que apela a que não se esqueçam das mulheres afegãs, quando o Afeganistão deixar de estar nas primeiras páginas dos jornais.

Outra ativista, Pashtana Durrani, diz não ter dúvidas que o regime dos talibãs vai voltar a aplicar a lei islâmica e impedir as raparigas de irem à escola, como acontecia no anterior regime até à ocupação dos aliados em 2001.

Os talibãs conquistaram Cabul em 15 de agosto, concluindo uma ofensiva iniciada em maio, quando começou a retirada das forças militares norte-americanas e da NATO.

As forças internacionais estavam no país desde 2001, no âmbito da ofensiva liderada pelos Estados Unidos contra o regime extremista (1996-2001), que acolhia no território o líder da Al-Qaida, Osama bin Laden, principal responsável pelos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001.

A tomada da capital pôs fim a uma presença militar estrangeira de 20 anos no Afeganistão, dos Estados Unidos e aliados na NATO, incluindo Portugal.