O cabeça de lista da coligação Almada Desenvolvida (AD) nas eleições autárquicas para a Câmara de Almada, Nuno Matias, acredita que pode ganhar o município ao PS se a abstenção baixar de forma significativa no concelho.

“Espero ser [eleito] presidente da Câmara. Nós não temos outro objetivo que não seja ganhar. Mostrámos, ao longo dos últimos quatro anos, que não fizemos o papel de fiel da balança, fomos o motor de muitas das soluções e das obras que foram feitas no concelho”, disse à agência Lusa Nuno Matias.

“Claro que foi um trabalho de equipa, de todo o executivo, mas ainda assim nós temos muito orgulho nos dois vereadores que tivemos com funções executivas e que mostraram proximidade com os trabalhadores, uma relação próxima com os almadenses. É muita obra feita e muitos projetos lançados, alguns já concretizados, outros que estão ainda em andamento, outros que já estão prontos para serem lançados concursos”, acrescentou o candidato da coligação AD.

O cabeça de lista da coligação falava à Lusa no arranque de uma das últimas iniciativas da coligação, uma volta de autocarro a todo o concelho no último dia de campanha eleitoral.

Para Nuno Matias, que refuta a ideia de um ADN de esquerda em Almada, a conquista daquele concelho do distrito de Setúbal pela coligação PSD/CDS-PP/ALIANÇA/MPT/PPM “depende da mobilização do eleitorado de centro-direita”.

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“O concelho de Almada não tem um ADN de esquerda, como alguns dizem, e que levam a uma bipolarização artificial [PS/CDU]; é um ADN de abstenção. E é, infelizmente, essa realidade que tem conduzido a alguns resultados históricos ao nível autárquico”, disse Nuno Matias.

“Se o eleitorado de centro-direita, moderado, que gosta da sua terra, quiser participar, nós temos toda a possibilidade de vencer as próximas eleições, até porque em 2011 este espaço político teve 35 mil votos em eleições legislativas. E quem ganhou nas últimas eleições autárquicas teve apenas 20.900 votos. Há aqui uma latitude eleitoral em que, se não houver tanta abstenção, nós podemos perfeitamente ganhar as eleições”, justificou.

Certo de que lidera uma coligação “com a mesma genética e a mesma imagem de Sá Carneiro”, Nuno Matias acredita que o eleitorado “valoriza o trabalho realizado pelos dois vereadores do PSD (principal partido da AD) nos últimos quatro anos”, tal como “valoriza o espírito de ligação [dos eleitos] às pessoas”.

“Aquilo que eu tenho feito, enquanto candidato a presidente da Câmara, é dar o meu contacto pessoal, exatamente para que as pessoas percebam que nós não estamos aqui a fazer outra coisa que não seja ouvi-las e representá-las. É por isso que já distribui quase 25 mil cartões pessoais com o meu número de telemóvel”, revelou Nuno Matias, convicto de que “estes gestos, quando se percebe que são genuínos, inspiram alguma confiança aos eleitores”.

“E haver aqui cinco partidos que se unem por este propósito e se unem com este objetivo é demonstrar uma maior força de mobilização e uma maior ambição, para podermos mostrar às pessoas que geralmente se abstêm, que vale a pena saírem no domingo para irem votar, porque temos todas as condições para ganhar”, frisou.

Nas eleições autárquicas de domingo, Nuno Matias terá como adversários Inês de Medeiros (PS), Maria das Dores Meira (CDU), Joana Mortágua (BE), Vítor Pinto (PAN), Bruno Coimbra (Iniciativa Liberal) e Manuel Matias (Chega).

O atual executivo da Câmara Municipal de Almada, presidido por Inês de Medeiros, é governado pelos socialistas com quatro eleitos, a CDU também tem quatro, o PSD dois e o BE um.

GR // JAP

Lusa/Fim