O social-democrata Nuno Miguel Henriques desistiu esta segunda-feira da corrida à liderança do PSD, apesar de ter o mínimo de assinaturas necessárias, “a bem do país e do PSD” e para uma maior rapidez no processo de diretas.

“À ultima hora, apesar de termos tudo, tudo, tudo certo e os termos normais para apresentar a candidatura, a bem do partido e a bem do país entendeu-se que era bem continuarmos o nosso trabalho dentro do partido, mas não ir a sufrágio no próximo sábado”, anunciou Nuno Miguel Henriques aos jornalistas, na sede nacional do partido, em Lisboa.

Termina esta segunda-feira o prazo para a formalização das candidaturas à liderança do PSD, que têm de ser acompanhadas por pelo menos 1.500 assinaturas e uma moção de estratégia.

Nuno Miguel Henriques começou por dizer que conseguiu reunir 1.518 assinaturas e tinha também já pronta a moção e o orçamento de campanha necessários para a formalização.

No entanto, o social-democrata disse ter estado esta segunda-feira reunido com as duas outras candidaturas — do atual presidente Rui Rio e do eurodeputado Paulo Rangel — e revelou que lhe foi feito um “pedido de reflexão”.

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“Foi-nos feito um pedido de reflexão para que se resolvesse o mais rápido possível a liderança do PSD: ou seja, que o partido estivesse já pronto no dia 27, no próximo sábado, a ter um presidente eleito para trabalhar e governar a seguir Portugal, após as eleições legislativas”, apontou.

Questionado sobre se vai recomendar o voto em algum dos restantes candidatos à liderança do PSD, o social-democrata respondeu que “para já” não o irá fazer.

“Ambos estão preparados: um para um lado mais estadista, outro se calhar para uma guerra mais política, mais parlamentar, digamos assim”, disse o ex-candidato a Alenquer.

Já quanto à possibilidade de integrar as listas do partido às eleições legislativas, o militante não colocou de lado essa hipótese: “Não nego poder integrar obviamente as listas para a união de qualquer uma das candidaturas, porque somos todos do mesmo partido, não somos de partidos diferentes”.

Numa carta entregue ao secretário-geral do PSD, José Silvano, com conhecimento do presidente do Conselho de Jurisdição Nacional, Paulo Colaço, e presidente da Mesa do Congresso, Paulo Mota Pinto, a dar conta da sua decisão, Nuno Miguel Henriques sustenta que afasta a sua candidatura “mantendo o pressuposto da necessidade urgente de uma revisão dos estatutos, programática e com inovadoras linguagens e mudanças construtivas e positivas de novos paradigmas no PSD”.

No texto, o social-democrata deixa ainda um agradecimento a todos os que subscreveram a sua candidatura e a “todas as partes envolvidas no apoio”.

Mais de 46.000 militantes do PSD vão poder votar, no próximo sábado, nas eleições diretas para escolher o presidente do partido. Com a desistência do ex-candidato do partido à Câmara Municipal de Alenquer, Nuno Miguel Henriques, mantêm-se na corrida o atual líder, Rui Rio (que já divulgou no domingo a sua moção de estratégia, intitulada “Governar Portugal”) e o eurodeputado Paulo Rangel que apresentou esta segunda-feira a sua moção “Portugal: Ambição e Esperança”.