Depois de ter detetado dois casos da nova variante Ómicron da Covid-19, o Reino Unido está a apertar as regras de combate à pandemia e os seus responsáveis científicos avisam: o elevado número de mutações presentes na variante podem torná-la resistente às vacinas atualmente em distribuição.

Numa conferência de imprensa este sábado, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, anunciou que todas as pessoas que tiverem contacto próximo com um infetado com a variante Ómicron terão de se isolar durante dez dias — independentemente de estarem ou não vacinados.

Boris Johnson explicou ainda que o tráfego aéreo de e para o Reino Unido se mantém em funcionamento, mas quem chega ao país terá de fazer um teste PCR no dia seguinte à chegada — e ficar em isolamento até chegar o resultado negativo.

O primeiro-ministro britânico sublinha que não pretende encerrar o tráfego aéreo de e para o Reino Unido, e que as medidas aplicadas nas fronteiras só servem para abrandar a disseminação da nova variante, não parar a parar. Além disso, serão apertadas as medidas relativas à obrigatoriedade de uso de máscaras em locais fechados, incluindo estabelecimentos comerciais e transportes públicos.

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Na conferência de imprensa, Boris Johnson está também a refletir sobre a eficácia das vacinas atualmente em distribuição. “Não sabemos o quão eficazes vão ser as nossas vacinas“, assumiu Boris Johnson, em relação à nova variante Ómicron.

Mas temos boas razões para acreditar que vão dar-nos, pelo menos, algum nível de proteção“, acrescentou o primeiro-ministro do Reino Unido.

As novas medidas vão ser revistas a cada três semanas, sublinhou Boris Johnson.

O primeiro-ministro Boris Johnson foi acompanhado na conferência de imprensa por dois responsáveis técnicos pelo combate à pandemia no Reino Unido: Chris Whitty, responsável pela saúde pública no Reino Unido,  Patrick Vallance, conselheiro científico do governo.

Chris Whitty explicou que é “razoável” a possibilidade de a variante Ómicron escapar às vacinas atualmente em distribuição, pelo que é necessário pelo menos dar doses de reforço ao maior número de pessoas possível.

Patrick Vallance apontou no mesmo sentido, dizendo que o motivo pelo qual a variante Ómicron está a preocupar os cientistas é “a combinação de transmissibilidade e o potencial para algum nível de escape às vacinas, devido ao número de mutações“.

Os dois responsáveis técnicos mostraram-se, porém, relativamente otimistas quanto ao combate à nova variante, uma vez que as farmacêuticas têm agora ferramentas que lhes permitem desenvolver versões da vacina adaptadas a novas variantes em pouco tempo.