Duelo de equipas grandes, jogo entre rivais, um clássico seja em que modalidade for, um desafio entre invictos: é que para o campeonato de andebol da I Divisão, nem FC Porto, nem Sporting haviam perdido qualquer jogo. Assim, este sábado, no Dragão Arena, podia decidir-se muito sobre o campeonato, mesmo que este fosse um jogo em atraso da 11 jornada. É que em 13 jogos, zero derrotas para o Sporting, o mesmo número (ou ausência, claro) de desaires que tinha o FC Porto antes do arranque do jogo desta tarde, mas em menos um jogo, ou seja, 12.

Os únicos sem conhecer o sabor de um resultado mais azedohá a destacar que na época passada os dragões foram campeões sem derrotas (30 vitórias em 30 jogos) e no arranque desta temporada, venceram também os leões na Supertaça, por 34-29. Para o treinador do Sporting, Ricardo Costa, a sua equipa está “obviamente diferente” da que defrontou o FC Porto nessa derrota. “Jogámos há três meses contra um FC Porto que já vinha trabalhado de há três ou quatro anos, enquanto nós tínhamos um mês [de trabalho]. Já evoluímos como equipa e individualmente, temos tido jogos fora nas competições europeias que nos têm dado outro nível de experiência, jogo e intensidade. Somos melhor equipa do que éramos há três meses”, garantiu.

“Do nosso lado existe a ambição de querer chegar a este jogo na forma em que nos temos apresentado: sem derrotas e a jogar bem, um andebol positivo, de alto nível e com excelentes momentos. O caminho é sempre mais fácil quando nos preocupamos com a nossa forma de jogar e de estar, é a isso que nos dedicamos. O que importa é melhorarmos o nosso jogo. Sabemos que é um jogo difícil, mas cá estaremos nós com a máxima confiança. Queríamos muito chegar nesta forma a este jogo, lutámos muito para isso”, referiu Ricardo Costa sobre um encontro que podia decidir muito do campeonato, dado o equilíbrio verificado até então.

Do lado do FC Porto, o jogador Daymaro Salina frisou que mesmo sendo um “clássico”, “cada jogo tem a sua história” e que o efeito adeptos/casa pode fazer a diferença, visto que a equipa orientada pelo sueco Magnus Andersson “é sempre mais forte em casa”. “É sempre um clássico e, além de nós, só o Sporting tem 100% de vitórias. Se queremos terminar em primeiro, temos que ganhar o jogo contra eles em nossa casa”, frisou, acrescentando: “Cada jogo tem a sua história. O Sporting tem um novo treinador que agora tem mais tempo de trabalho e está a jogar bem, mas nós também estamos bem e queremos conseguir um bom resultado em casa, onde somos sempre mais fortes. É a nossa casa, são os nossos adeptos”.

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Numa primeira parte muito física, visto que desde cedo as equipas perceberam o quão importante era marcarem uma posição dentro de campo, o Sporting foi conseguindo uma vantagem de dois golos muito cedo (1-3, 3-5, 4-6), chegando inclusivamente ao 4-8, com 13 minutos de jogo. Já com a distância a três golos, os dragões estiveram três ataques sem conseguir marcar, principalmente por estar a jogar com menos devido a exclusão (já era a segunda) de Salina, mas por volta dos 22′, foi o próprio Salina e colocar o jogo em 9-11, antes de um time out leonino.

Poucos minutos depois, o jogador em destaque da primeira parte, o dragão Pedro Cruz, marcou três golos de seguida, aproveitando exclusões do lado do Sporting e ausência do guarda-redes na baliza. Chegou aos oito golos, colocando tudo em 14-14, um empate que não acontecia desde o 1-1. O Sporting, que esteve sempre a vencer, ainda sofreu mais um golo, novamente de Pedro Cruz (o nono), e foi para o intervalo a vencer, depois de ter passado todos os primeiros 30′ a perder.

Na segunda parte manteve-se a toada: jogo físico, jogo equilibrado. Um golo ali, outro acolá, distâncias curtas, mas quase sempre com dois de vantagem para o FC Porto, o Sporting a reduzir, dois golos de vantagem novamente para os dragões. A faltarem 10 minutos de jogo, o 13.º golo de Pedro Cruz colocou os leões a ganharem por dois golos de diferença. Até ao final, o FC Porto foi mantendo a vantagem, explorando também sempre que estava a jogar com mais um jogador. Acabou por vencer por um golo (31-30), chegar aos 39 pontos e o Sporting sofre a primeira derrota do campeonato, 13 jogos depois.

O campeão nacional? Soma e segue.