Apesar de só vender desportivos acima de 2,5 milhões de euros, antes de impostos, e o mais caro atingir mesmo 11 milhões de euros – preço correspondente ao La Voiture Noire, de que apenas foi construída uma unidade –, o negócio vai de vento em popa para a Bugatti. Chegou ao final de 2021 com todos os 150 modelos que ainda tinha por vender no início do ano encomendados, o que deixa a produção do Chiron completamente alocada.

Entre os restantes 150 veículos, vendidos nos últimos 12 meses, incluem-se 40 Bolide, o modelo mais potente e rápido da Bugatti, concebido exclusivamente para rodar em pista. Isto significa que os potenciais compradores de um Chiron, de 2,5 milhões de euros, ou de um Bolide, de 4 milhões, podem esquecer, pois já têm todos dono.

Afinal, Bugatti Bolide tem 1824 cv e um ronco brutal

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O construtor de Molsheim, que fabrica todos os seus modelos e versões com base no Chiron, recorre a um chassi integralmente em fibra de carbono, onde instala um magnífico motor com 16 cilindros dispostos em W, com oito litros de capacidade, soprados por quatro turbocompressores. Na mais calma das versões, ou seja, no Chiron, este W16 fornece uns impressionantes 1500 cv, mas o valor sobe noutras versões para 1600 cv, atingindo mesmo 1824 cv.

Esta potência, associada a um peso de apenas 1240 kg, permite ao Bolide – que só pode circular em pista – ir de 0-100 km/h em somente 2,17 segundos, para depois ultrapassar os 200 km/h em 4,36 segundos, os 300 km/h em 7,37 segundos e os 400 km/h em 12,08 segundos, com os 500 km/h a serem atingidos após 20,16 segundos.

Embora a Bugatti tenha despachado os 40 Bolide em menos de dois meses, nenhum dos donos lhe porá a vista em cima, e muito menos as mãos no volante, antes de 2024. Até lá, como esta marca francesa já entregou em 2021 todos os Divo, bem como o La Voiture Noire e os Super Sport 300+, irá dedicar-se em 2022 a satisfazer os clientes que escolheram o Super Sport 300 e o Centodieci, que entre eles deverão somar 80 unidades.

Este ano será um período complexo para a Bugatti, uma vez que deixa de ser uma marca independente, integrada num grupo enorme, a Volkswagen AG, para se tornar numa “irmã” da Rimac, o construtor croata especializado em desportivos eléctricos que, contudo, irá liderar a empresa conjunta, ao deter 55%.

O objectivo do Grupo VW é recorrer à Rimac para ter tecnologia para conceber os futuros Bugatti eléctricos, aplicando a mesma estratégia que permitiu o acesso à tecnologia dos croatas à Porsche, para criar o Taycan. Para a Rimac, que apresentou recentemente o Nevera com quatro motores eléctricos e 1914 cv, não será um problema dotar a Bugatti com uma base eléctrica capaz de ultrapassar o actual patamar de potência, velocidade e capacidade de aceleração do Chiron.