Menos potente do que o originalmente previsto, mas não menos impressionante. A Bugatti fez evoluir o Bugatti Bolide do concept car que foi apresentado em Outubro passado para um hiperdesportivo destinado a uma utilização exclusiva em pista, com 1600 cv e uma relação peso/potência de 0,9 kg/cv, o que certamente fará dele um “monstro” em circuito.

O Bolide é uma espécie de Chiron mais extremo e mais exclusivo, pois só serão produzidas 40 unidades, cada uma delas a custar 4 milhões de euros. Porém, quem quiser se despedir desta verba para dizer “olá” à nova máquina infernal da Bugatti vai ter de esperar pacientemente. Isto porque o novo Bolide ainda tem pela frente um longo período de desenvolvimento, razão pela qual a marca francesa já fez saber que só espera iniciar as entregas a clientes em 2024.

Até lá, os potenciais compradores podem suavizar a espera com a expectativa de virem a fazer track days memoráveis. É certo que não terão à sua disposição os 1850 cv antecipados pelo concept que tanto burburinho gerou, mas em compensação podem usufruir de um hiperdesportivo em que cada opção foi tomada visando a máxima eficácia. A começar pelo peso, uma autêntica pluma quando comparado com o Chiron e as suas duas toneladas, em concreto 2070 kg. Já o Bolide subtrai-lhe mais de meia de tonelada, acusando apenas 1450 kg quando colocado sobre a balança. Para se ter uma ideia do quão promissor é este número, basta ter presente que um Renault Captur, por exemplo, só pesa menos 100 kg…

Impulsionado pelo mesmo bloco que anima o Chiron, um 8 litros com 16 cilindros distribuídos em W, soprado por quatro turbocompressores, o Bolide tem mais 100 cv que o coupé de estrada e os mesmos 1600 Nm de binário máximo, queimando gasolina convencional com 98 octanas. Recorde-se que o protótipo oferecia uma relação peso/potência de 0,67 kg/cv fruto de prever o abastecimento com gasolina de competição, com maior octanagem (110 octanas).

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Bugatti Bolide é um avião com 1850 cv e só 1240 kg

Livre de tudo o que é supérfluo e com uma posição de condução muito (mesmo muito) baixa, para colar o piloto ao asfalto, o bólide de Molsheim usufrui ainda de um sistema de admissão e de escape apurados para uma resposta mais “nervosa”, tendo o W16 – o último que a Bugatti vai montar – sido ajustado para elevar a adrenalina e as rotações por minuto.

Como seria de esperar num “brinquedo” que 4 milhões, a Bugatti não está para brincadeiras e trata de assegurar que as normas de segurança da Federação Internacional do Automóvel serão escrupulosamente cumpridas, o que supõe arneses com seis pontos de fixação e sistema automático para extinguir incêndios, entre outros.

Tão importante quanto isso é garantir uma experiência sem dar aso a grandes loucuras por inexperiência e, por isso, o CEO da Bugatti, Stephan Winkelmann, prometeu em Pebble Beach que os futuros proprietários deste Chiron com esteróides terão a oportunidade de ir extraindo dele tudo o que o Bolide tem para dar, mas com acompanhamento. A ideia é oferecer-lhes dias em pista, para que explorem o novo hiperdesportivo num ambiente seguro.