Esteve a perder por 2-0 ao intervalo, viu dois miúdos com um par de minutos no conjunto principal fazerem o empate, não se conteve quando viu a placa de descontos exibida pelo quarto árbitro. Pontapeou a bola, foi cumprimentar o treinador adversário Hellas Verona, Igor Tudor, atirou umas palavras antes de sair da sua zona técnica após ver o cartão vermelho. “A Juventus manda em ti! Eles mandaram-te cá de propósito! A Juventus mandou-te!”, teria dito José Mourinho, de acordo com a La Stampa, numa frase que poderia levar a um castigo de três jogos e que seria mesmo analisado pelo Ministério Público Federal italiano. Foi quase.

Mourinho ouviu assobios, lançou dois miúdos para o empate mas acabou expulso (e Roma soma quarto jogo sem ganhar)

O técnico português não fugir ao castigo e foi sancionado com duas partidas “por se ter insurgido contra o quarto árbitro e o árbitro principal, fazendo insinuações graves e por ter reiterado as mesmas acusações já no túnel de acesso ao relvado após o jogo”, tendo ainda de pagar uma multa de 20.000 euros (à semelhança do adjunto Nuno Santos, sendo que o diretor geral Tiago Pinto foi também suspenso até 8 de março). Numa fase de especial importância na temporada, Mourinho tentava travar a pior série sem vitórias desde que assumiu o comando da equipa, com três empates e uma derrota, sem poder estar no banco de suplentes.

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José Mourinho suspenso por dois jogos e multado em 20.000 euros

E as baixas não ficavam por aí: depois de ter defrontado no Olímpico de Roma o Hellas Verona com um total de nove ausências, alguns com Covid-19, havia regressos à equipa e novos nomes no departamento médico como o português Sérgio Oliveira, com um traumatismo no calcanhar. No sentido oposto, El Shaarawy e Zaniolo, que tinham estado ausentes e que foram apanhados numa discoteca no sábado à noite sem que houvesse alguma castigo, eram duas das novidades nas possíveis opções dos romanos, que até pelo que já tinha acontecido esta jornada teriam de vencer uma Spezia a lutar para fugir à despromoção à Serie B.

Com os dois clubes de Milão a passarem quase como se fosse uma batata quente a liderança da Liga e com um Nápoles que perde pontos também quando não pode para ascender ao primeiro lugar, a Juventus não só consolidou o quarto lugar após a vitória por 3-2 frente ao Empoli (com mais um bis de Vlahovic) como ficou apenas a sete pontos do líder AC Milan, deixando tudo em aberto na luta pelo título. Perante este cenário, e até com a quebra da Atalanta (próximo adversário na Serie A), um triunfo de uma Roma que entretanto tinha descido ao oitavo lugar iria reduzir margens para os lugares da frente. E o mesmo lá apareceu com Mourinho de fora, na sequência de 30 remates, três bolas nos postes e um penálti aos 90+9′.

Com os regressos de unidades como Mancini ou Mkhitaryan às opções iniciais e a aposta na esquerda em Zalewski, a Roma esteve quase sempre por cima do jogo durante a primeira parte, chegou a acertar no poste num lance em que Provedel ainda desviou a bola, somou muito mais remates, teve mais bola e viu apenas Verde ameaçar por uma ocasião a baliza de Rui Patrício. Golos, apesar de toda a pressão, nem um. Mas a expulsão de Amian por segundo amarelo em cima do intervalo, numa falta muito discutida sobre Pellegrini que deixou o banco da casa à beira de um ataque de nervos, veio mudar o resto do encontro.

Logo nos minutos iniciais, com Zaniolo a ser lançado ao intervalo para o lugar de Mancini, Abraham falhou mais uma boa oportunidade, Cristante acertou no poste e Pellegrini atirou ao lado em boa posição. A Spezia ainda tentava muito de quando em vez sair em transições mas a Roma tinha acampado no meio-campo do adversário, vendo sempre também no guarda-redes Provedel um obstáculo intransponível sempre que surgiam as oportunidades de golo. Até nos descontos houve mais uma bola na trave por Zaniolo mas o VAR viu um pontapé na cara do avançado antes do remate e marcou mesmo grande penalidade, permitindo a Tammy Abraham a possibilidade de decidir o encontro… no nono minuto de descontos.