Um ataque à torre de televisão em Kiev, esta terça-feira, provocou pelo menos cinco mortos e cinco feridos, informaram os serviços de emergência ucranianos. Segundo a BBC, a torre continua de pé, mas a subestação que lhe fornece eletricidade e o hardware da estrutura ficaram danificados.

O Ministério do Interior da Ucrânia, que confirmou que o exército russo foi responsável pelo bombardeamento, disse que alguns canais não irão funcionar durante algum tempo.

A Rússia tinha avisado que ia atacar os centros de informação e propaganda da capital ucraniana e pedido aos moradores das imediações para que abandonassem as suas casas.

O governo ucraniano condenou o ataque, lembrando que a torre fica perto de Babyn Yar, local de vários massacres perpetrados contra o povo judeu na Ucrânia durante a Segunda Guerra Mundial. O primeiro massacre e o que está melhor documentado aconteceu nos dias 29 e 30 de setembro de 1941. Mais de 33 mil judeus foram assassinados pelas forças nazis.

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“Qual é o objetivo de dizer ‘nunca mais’ durante 80 anos se o mundo fica silencioso quando uma bomba é largada no mesmo lugar que Babyn Yar? Pelo menos cinco mortos. A história a repetir-se…”, escreveu o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, no Twitter.

Na mesma rede social, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Dmytro Kuleba, recordou a morte de “mais de 33 mil judeus” em 1941, estabelecendo um paralelismo entre o massacre judeu e o massacre atual do povo ucraniano.

“A torre de televisão de Kiev, que acabou de ser atingida por um míssil russo, fica situada no território de Babyn Yar. Entre 29 e 39 de setembro de 1941, os nazis mataram ali mais de 33 mil judeus. 80 anos depois, os nazis russos atacaram a mesma terra para exterminarem os ucranianos”, disse Dmytro Kuleba, descrevendo o bombardeamento como “perverso e bárbaro”.