A Renault está num momento de transição. Por um lado, está a introduzir no mercado a próxima geração de veículos eléctricos, por outro, não pode descurar os modelos tradicionais em que o motor principal é a combustão. Um exemplo recente desta realidade é o facto de a marca francesa ter previsto para Setembro a introdução no mercado do eléctrico Mégane E-Tech e, em simultâneo, do novo SUV convencional Austral, substituto do Kadjar, que vai ser oferecido exclusivamente com motores electrificados em que o motor principal é a gasolina.

O Austral cresce ligeiramente face ao seu antecessor, com o comprimento a evoluir dos 4,49 m do Kadjar para 4,51 m. Não há alterações na largura, mas a altura salta de 1,607 m para 1,62 m. Lá atrás, a mala também aumenta de volume, passando de 474 litros para 500 – maior face ao Kadjar, mas menor do que a concorrência –, volume que volta a descer nas versões full hybrid para 430 litros. Mais uma vez, abaixo dos principais rivais.

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O Austral assume-se como um SUV convencional, com o actual ar de família dos modelos da Renault, como o Talisman (cuja produção cessou) ou o Mégane a combustão. Se bem que seja atraente, parece faltar-lhe aquele toque de modernidade que se nota quando olhamos para o Mégane E-Tech eléctrico. O interior compensa, exibindo um design mais ousado e actual, com os ecrãs a dominar grande parte do tablier. Um está dedicado ao painel de instrumentos, com 12,3 polegadas, sendo acompanhado por um segundo ecrã central vertical, com 12”. Ambos são cobertos por um vidro único, uma solução estilo Mercedes EQS, que os fazem parecer um ecrã único e de maiores dimensões.

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Além de oferecer muito equipamento, restando saber qual será oferecido de série em Portugal e qual o que será proposto apenas como opcional, o Austral conta ainda com avançados sistemas de ajuda ao condutor (a Renault reclama 32 ADAS). Mais interessante, para muitos condutores, será a possibilidade de usufruir do sistema 4Control em algumas versões, a solução com quatro rodas direccionais conhecida há muito na Renault e que aqui surge na mais recente versão. Para facilitar as manobras (faz inversão de marcha em 10,1 metros, em vez de 15,5 m), o Austral pode estar equipado com o 4Control Advanced, que a baixa velocidade vira as rodas traseiras 5º em direcção contrária às da frente, para a velocidade mais elevada girar 1º na mesma direcção, optimizando a aderência no eixo posterior e melhorando o comportamento.

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Em matéria de motores, o Austral não oferece opções a gasóleo, mas possui várias propostas electrificadas. As mais acessíveis montam o já conhecido 1.3 TCe de quatro cilindros, com versões de 140 ou 160 cv. Estas unidades são reforçadas com uma solução mild hybrid, mas apenas a 12V, associadas a uma caixa de variação contínua na opção mais potente e caixa manual na menos possante. Segundo o construtor, estas versões anunciam um consumo médio a partir de 6,2 l/100 km (e 136 g de CO2/km), o mesmo valor que o do antigo Kadjar, uma vez que esta mecânica híbrida ligeira não aporta grandes vantagens.

Vai igualmente estar disponível um Austral com um novo motor a gasolina, o 1.2 Turbo de três cilindros a funcionar segundo o ciclo Miller, para privilegiar os consumos, sempre reforçado com um sistema mild hybrid, mas desta vez a 48V, o que garante uma ajuda superior do motor eléctrico. Com 130 cv e a anunciar um consumo médio de 5,3 litros (e 123 g de CO2/km), a Renault intitula esta motorização como o seu anti-diesel.

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Mais interessantes, em matéria de eficiência, poderão ser os Austral E-Tech híbridos (aqui full hybrid em vez de mild hybrid), com duas versões (160 e 200 cv). Estes modelos recorrem ao 1.2 Turbo de que já falámos, a funcionar com o ciclo Miller, mas agora usufruindo de uma bateria maior (1,7 kWh) e de um motor eléctrico mais potente (68 cv). Neste caso, os consumos anunciados começam nos 4,6 l/100 km e nos 105 g de CO2/km.

O novo Renault Austral vai começar a ser vendido de imediato nos principais mercados europeus, mas Portugal integra o segundo lote, pelo que apenas iniciará as entregas após o Verão, em Setembro. Contudo, este “atraso” vai permitir à marca oferecer toda a variedade de motores em simultâneo, bem como a versão Esprit Alpine, a mais sofisticada.