Foi uma provocação por parte da embaixada russa em França. Na suas redes sociais, o órgão diplomático de Moscovo publicou um cartoon onde se veem dois homens (um com chapéu com a bandeira da União Europeia, outro com um chapéu com a bandeira dos EUA) a dar uma injeção a uma mulher doente, que se trata da Europa. A personagem que representa a organização dos 27, que tem um etiqueta a dizer “Euroreich” — numa alusão ao regime nazi —, está a dar uma vacina com “sanções”. Já a norte-americana está a dar uma vacina com “russofobia” e “neonazismo”.

A mulher que se trata da Europa está também a receber outra vacina, desta feita a da Covid-19. No chão, estarão outras injeções que se depreende que terá tomado: uma da NATO, outra da cultura do cancelamento. O cartoon é uma crítica clara ao Ocidente e segue a narrativa russa de que o país está isolado do resto do continente.

Noutro cartoon, é ridicularizada a “solidariedade europeia” de vários países da Europa.

Apesar de já terem sido apagados, os cartoons motivaram um incidente diplomático. O ministério dos Negócios Estrangeiros francês repudiou a imagem, que foi colocada numa conta do Twitter oficial. “Estas publicações são inaceitáveis”, afirmou a tutela em comunicado citado pela Reuters, sublinhando, que, no contexto da guerra com a Ucrânia, os dois países estão a “tentar manter um canal de diálogo e estas ações são completamente inapropriadas”.

O ministério dos Negócios Estrangeiros chamou mesmo o embaixador russo em Paris, Alexei Meshkov, para discutir o assunto, tendo sido advertido sobre os cartoons. “Uma desgraça”, comentou o ministro dos Assuntos Europeus francês, Clement Beaune.

O Presidente francês, Emmanuel Macron, é um dos líderes ocidentais que mais tem estado em contacto com o seu homólogo russo, Vladimir Putin.

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