O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, chega esta quarta-feira a Kiev, capital da Ucrânia, sabe o Observador. Está já a caminho, devendo chegar por volta das 18h30 (horas locais), mais duas horas que em Lisboa.

Guterres partirá da Polónia, onde se encontra neste momento depois de ter viajado até Moscovo em missão diplomática. Na capital russa, o secretário das Nações Unidas conversou com o ministro dos Negócios Estrangeiros do país, Sergey Lavrov, e com o Presidente russo Vladimir Putin.

Em Moscovo, Guterres fez questão de vincar aquela que é a posição das Nações Unidas: o que aconteceu em território ucraniano não foi apenas uma “operação militar especial”, como o Kremlin a designa, mas uma invasão militar a um país soberano. Disse mesmo: “Acreditamos firmemente que a violação da integridade territorial de qualquer país não está de forma alguma em linha com a Carta das Nações Unidas. Estamos profundamente preocupados com o que está a acontecer agora. Consideramos que aquilo que aconteceu foi uma invasão em território ucraniano“.

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Tendo o ministro dos Negócios Estrangeiros russo ao lado, Guterres fez questão também de notar que independentemente da visão que o Kremlin tenha da invasão “há uma coisa que é verdade e óbvia, algo que nenhum argumento pode mudar: não há tropas ucranianas no território da Federação Russa, mas há tropas russas no território da Ucrânia“.

O secretário-geral das Nações Unidas decidiu visitar Moscovo e Kiev quase dois meses após o início da guerra na Ucrânia. Pela demora e pela “inação” nas semanas anteriores ao início da guerra, chegou a ser criticado por um antigo secretário-geral Adjunto da ONU, Franz Baumann, que apontou: “A passividade de António Guterres perante a iminência da guerra na Ucrânia foi inacreditável”.

“Passividade de Guterres face a iminência da guerra foi inacreditável”, diz ex-responsável da ONU