O Presidente dos Estados Unidos anunciou, esta quinta-feira, em conferência de imprensa, que fez um pedido de orçamento suplementar ao Congresso norte-americano para ajudar a Ucrânia a nível económico, humanitário e de segurança com o objetivo de travar a “agressão de Putin”, sublinhando a importância deste documento ser aprovado “o mais depressa possível”.

Os órgãos de comunicação norte-americanos e as agências de notícias já tinham avançado que Joe Biden iria pedir um reforço na ordem dos 33 mil milhões de dólares (mais de 31 mil milhões de euros), valor que as autoridades norte-americanas contam precisar até setembro, o fim do ano fiscal.

Segundo a Reuters, este montante inclui um financiamento de 20 mil milhões de dólares (cerca de 19 mil milhões de euros) para armas, munições e outro tipo de assistência militar. Além disso, está abrangida uma ajuda económica direta ao governo ucraniano no valor de 8,5 mil milhões de dólares (cerca de oito mil milhões de euros) e três mil milhões de dólares (2,8 mil milhões de euros) para ajuda humanitária e de segurança alimentar.

“Temos de fazer a nossa parte”, afirmou Joe Biden, indicando que os ucranianos estão a dar a sua vida neste conflito. “O custo desta guerra não é barato, mas ceder à agressão será mais caro. Precisamos de apoiar o povo ucraniano, que está a defender o seu país, ou não fazemos nada enquanto os russos continuam a cometer atrocidades na Ucrânia.”

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O líder norte-americano disse ainda que cumpriu com todas as promessas que fez antes e durante a invasão à Ucrânia, nomeadamente o envio de armamento para Kiev, o apoio a sanções por parte do Ocidente e o não envio de tropas americanas para o cenário de guerra.

Não estamos a atacar a Rússia, estamos a ajudar a Ucrânia a defender-se contra a agressão russa. A Rússia é o agressor e o mundo irá responsabilizá-la.”

De acordo com a Reuters, o pedido de Biden inclui ainda um um endurecimento das sanções à Rússia e uma proposta para que os EUA possam usar os bens confiscados de oligarcas russos para compensar a Ucrânia.

“Basicamente estamos sem dinheiro”

Joe Biden explicou que a ajuda dada pelos Estados Unidos fez com que as tropas russas se vissem “obrigadas a retirar-se de Kiev”, mas isto não quer dizer que as mesmas não voltem a tentar entrar na região.

Um apoio militar que está a chegar à Ucrânia a uma “velocidade sem precedentes”, garantiu. Segundo o líder norte-americano, grande parte da ajuda militar anunciada nas últimas duas semanas já chegou ao teatro de guerra, acrescentando que os EUA enviaram mais de 50 milhões de munições e 10 sistemas anti-armamento por cada tanque russo na Ucrânia.

No entanto, o valor que o Congresso autorizou que fosse gasto, no mês passado, na ajuda à Ucrânia “praticamente” já se “esgotou”:

Basicamente estamos sem dinheiro e é por isso que hoje, para continuar a apoiar a Ucrânia, vou enviar para o Congresso um pedido de orçamento suplementar”, afirmou Biden, acrescentando que esse dinheiro irá continuar a permitir não só o envio de armamento, como a ajuda financeira e humanitária aos ucranianos.

O Presidente norte-americano adiantou ainda que são necessário mais fundos para garantir a segurança alimentar na Ucrânia. Daí a importância de passar aprovar este pedido: para garantir que a exportação de cereais é restabelecida para segurança tanto dos ucranianos como dos americanos, além de que irá permitir que um controlo no aumento do preço dos alimentos.

“A agressão não irá vencer, as ameaçam não irão vencer”, continuou o líder norte-americano, sublinhando que o conflito na Ucrânia, apesar de ser um problema sério, é também uma oportunidade para evitar guerras futuras.

“Investir na liberdade e segurança da Ucrânia é um pequeno preço a pagar para punir a agressão russa e para diminuir o risco de conflitos futuros”, afirmou Biden, terminando com uma “mensagem inequívoca a Putin: Nunca conseguirá dominar a Ucrânia.