O presidente da câmara da cidade ucraniana sitiada de Mariupol, Vadym Boichenko, avisou sexta-feira que as pessoas que estão retidas na fábrica siderúrgica Avozstal estão a ficar sem comida e água e não conseguirão resistir por muito mais tempo.

Boichenko descreveu a situação no complexo fabril siderúrgico — que é o último reduto da resistência ucraniana em Mariupol e onde se encontram muitos civis — como “um inferno”.

Esta instalação da época soviética tem uma vasta rede subterrânea de “bunkers” capazes de resistir a ataques aéreos, mas a situação está a tornar-se cada vez mais difícil após as forças russas terem lançado uma série de ataques com bombas e munições não guiadas.

“Os moradores que conseguem deixar Mariupol dizem que é um inferno, mas quando saem desta fortaleza, dizem que é pior”, explicou Boichenko, acrescentando que a capacidade de resistência das pessoas ainda retidas no complexo fabril apenas poderá durar mais “umas horas”.

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Citado pelas agências internacionais, o autarca admitiu ter esperança num possível futuro cessar-fogo que permita que as pessoas que estão dentro da fábrica Avozstal consigam sair em segurança.

A Rússia ofereceu recentemente uma trégua que foi rejeitada pelos ucranianos, que alegaram que Moscovo tinha desrespeitado outros acordos no passado.

Ao chegar na quarta-feira a Kiev, o secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que a prioridade mais imediata no conflito da Ucrânia é criar condições para salvar os civis que se encontram retidos na fábrica metalúrgica Azovstal em Mariupol (leste), sitiada pelo exército russo desde o início da guerra e frequentemente caracterizada como a “cidade mártir”.