Depois de o The New York Times ter avançado que os serviços secretos dos Estados Unidos estão a fornecer informações para ajudar os militares ucranianos a matar generais russos perto da linha da frente da guerra, o porta-voz do Departamento de Defesa dos Estados Unidos parece confirmar a informação.

John Kirby, citado pelo The Guardian, diz que os EUA estavam a fornecer à Ucrânia “informações que podem utilizar para se defenderem”. Todavia, a porta-voz do conselho de segurança nacional norte-americana, Adrienne Watson, afirma que as informações não foram fornecidas com a “intenção de matar generais russos”.

O The New York Times, que citou fontes não identificadas dos serviços secretos norte-americanos, escreveu, na quarta-feira, que as informações fornecidas a Kiev incluíram “determinar a localização e outros detalhes do quartel-general móvel do exército russo, que se desloca regularmente”.

De acordo com responsáveis, esta informação, combinada com a dos ucranianos e, em particular a interceção de comunicações, permitiu-lhes efetuar ataques de artilharia contra altas patentes russas. O jornal indicou que as fontes não quiseram avançar um número.

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Porque é que já morreram nove altas patentes russas na guerra da Ucrânia?

Segundo o jornal El Mundo, o governo dos EUA tentou manter em segredo a ajuda fornecida à Ucrânia no campo de batalha porque temia que esta pudesse ser vista como uma provocação a Putin e pudesse provocar uma escalada das tensões. Assim, os serviços secretos dos Estados Unidos não revelam como obtiveram as informações para não comprometerem os seus métodos. O jornal espanhol recorda, aliás, que ao longo da guerra têm sido utilizados satélites comerciais e classificados para seguir os movimentos das forças de Moscovo.

O Kremlin disse esta quinta-feira estar bem ciente de que os EUA, o Reino Unido e outros países da NATO estavam a fornecer ajuda aos militares ucranianos, mas salientou que isso não impedirá a Rússia de conseguir alcançar os seus objetivos.

Ainda antes da guerra, que começou em 24 de fevereiro, as autoridades norte-americanas reconheceram fornecer ajudar à Ucrânia, com os serviços secretos a alertarem o país sobre um ataque iminente ao aeroporto Hostomel, a norte de Kiev.

A assistência dos serviços secretos dos EUA à Ucrânia vem juntar-se aos milhares de milhões de dólares de equipamento militar entregue — de forma mais transparente — ao exército de Kiev, incluindo armas antitanque, munições e, mais recentemente, artilharia pesada, helicópteros e “drones” (aparelhos aéreos não tripulados).