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O que traz o regresso da ARCO Lisboa? Um "reencontro com a arte muito desejado"

Este artigo tem mais de 1 ano

Depois da edição de Madrid, a feira de arte contemporânea chega a Lisboa esta semana. A diretora do certame, Maribel Lopez, apresenta o regresso a Portugal e fala de "expectativas elevadas".

Visitantes observam uma das obras em exposição durante a inauguração oficial da ARCOlisboa 2019 no Espaço Opening, na Cordoaria Nacional, em Lisboa, 15 de maio de 2019. ANTÓNIO COTRIM/LUSA
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Foi em 2019 que a ARCO Lisboa teve a sua última edição em modo presencial

ANTÓNIO COTRIM/LUSA

Foi em 2019 que a ARCO Lisboa teve a sua última edição em modo presencial

ANTÓNIO COTRIM/LUSA

A expetativa é grande para a Feira de Arte Contemporânea de Lisboa que esta ano comemora o seu 5.º aniversário em modo presencial. A ARCO Lisboa abre portas esta quinta-feira, dia 19. Maribel Lopez, a diretora do certame, traça-nos o roteiro daquele que é o momento mais aguardado do mundo comercial da arte em Portugal.

Quais são os objetivos da ARCO Lisboa 2022?
Poder celebrar o 5.º aniversário da feira, que esteve interrompida dois anos na sua versão física e presencial devido à pandemia. Voltar a criar um momento de encontro à volta da arte portuguesa e das galerias de Lisboa e do Porto. Poder voltar a comemorar a cidade e a arte contemporânea na cidade numa feira de caráter internacional tão importante para as galerias quanto para os artistas.

Há uma grande expetativa?
Há uma expetativa grande, sim. Achamos que este reencontro é um reencontro muito desejado não só por todas as pessoas que se interessam por arte contemporânea, mas também por todas aquelas que se interessam por Lisboa. Acho que temos a sorte, nesta edição, de somar estes dois grupos de pessoas tão apaixonadas. Há tantas e tantas pessoas apaixonadas por arte contemporânea, mas também outras tantas apaixonadas por estar em Lisboa e por descobrir coisas novas em Lisboa. As nossas expetativas são grandes pela forma como os conteúdos que vamos apresentar estão a ser recebidos no meio, e também por todas as pessoas que nos dizem que querem ir à ARCO Lisboa.

Virão muitos convidados?
Sim. Convidámos personalidade e gente local, desde o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, que é coorganizadora do evento, a colecionadores portugueses de e de todas as partes do mundo. Irão muitos colecionadores de Espanha, porque a comunicação é muito forte, a proximidade e a presença de galerias também. Irão outros convidados, diretores de museus, curadores, convidámos cerca de 150 pessoas.

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"As nossas expetativas são grandes pela forma como os conteúdos que vamos apresentar estão a ser recebidos no meio", diz a diretora Maribel Lopez

Que público esperam, portugueses ou estrangeiros?
Penso que este ano haverá muitos portugueses. O nosso trabalho é fazer com que o meio da arte portuguesa a nível de todo o país se interesse pela sua feira, mas também através das galerias, que muitas pessoas de outros países têm agora residência em Portugal, a feira também se dirige a esses novos portugueses, e ainda se dirige a estudantes e a toda a gente que de algum modo se interesse pela arte. No entanto, creio que será mais nacional e recheada de convidados internacionais.

Como se caracteriza esse público, mais jovem, com que poder de compra?
O poder de compra não é o que marca a presença desse público, é sim o seu desejo de conhecer arte. Por isso temos os ingressos reduzidos a cinco euros para os jovens e para os seniores. Obviamente que o objetivo do êxito comercial tão importante para as galerias também é o nosso, mas queremos que a função social e cultural da feira exista. Este ano vamos focar-nos em África, no programa geral, e teremos as galerias jovens no Opening, a estes dois cursos da feira, junta-se um Fórum sobre arte com acesso gratuito. Queremos que a feira se dirija ao público com poder de compra, mas queremos que quem se interessa por arte possa ter a porta também aberta.

Como correu a ARCO Madrid? Podemos esperar que a feira em Lisboa corra da mesma forma?
É verdade que a ARCO Madrid este ano correu muito bem. E funcionou muito bem do ponto de vista de algo que gosto de pensar que podemos comparar com Lisboa, que foi uma energia e uma vontade enorme de encontrar arte e pessoas que gostem de arte. E isso é algo que acredito que as feiras oferecem e que foi algo que durante os dois momentos mais difíceis da pandemia era inconcebível. E nesse sentido sim, se pensarmos na experiência de Madrid, estejamos seguros de que essa energia também virá a ser positiva para a ARCO Lisboa, a feira vai correr bem.

Comercialmente, a ARCO Madrid também teve muito sucesso…
Sim, é verdade. Pensamos que também será assim em Lisboa. Cada pessoa, cada colecionador, cada convidado que trazemos compreende muito bem a importância da sua presença na feira, sabem o que significa a sua visita, e que compromisso têm para com as galerias. Por isso, confiamos que esse sucesso também terá eco em Lisboa.

The Ministry Of Culture Announces The Purchases Made At Arco 2022 For The Reina Sofia Museum

Na ARCO Madrid deste ano, Maribel Lopez encontrou "algo que gosto de pensar que podemos comparar com Lisboa, que foi uma energia e uma vontade enorme de encontrar arte e pessoas que gostem de arte"

Europa Press via Getty Images

Pergunto porque a situação das galerias e do mercado em português é bastante crítica, o mercado esteve parado e a quebra no consumo é uma realidade.
Aí está o nosso trabalho. Conseguir que venham pessoas certas para que a energia que a feira gera seja positiva comercialmente para as galerias. Essa partilha de energia dos colecionadores em conversas connosco está no ar. É verdade que atravessamos uma situação crítica, mas há algo que é muito difícil de resumir e reduzir a uma análise que é a paixão que os colecionadores têm pela arte. Aí, mistura-se paixão, compromisso e desejo, temos que perceber que eles compreendem a sua responsabilidade perante as galerias. Sabem perfeitamente o que é que uma compra de arte representa no sistema. Acho que é verdade que a dimensão e a escala da ARCO Lisboa está pensada para que cada galeria se sinta muito importante no projeto e que cada convidado também se sinta importante perante as galerias.

E o que será África em Foco?
É uma ideia que lançámos em 2019 e que tem a ver com uma investigação que fazemos da autoria de Paula Nascimento, curadora angolana, que este ano elegeu nove galerias que vão apresentar conteúdos africanos. São galerias que vêm de Angola, Moçambique, do Uganda e da África do Sul, mas outras vêm de Paris e outras ainda são de Lisboa, mas vão apresentar também conteúdos africanos. É uma investigação à volta da cena africana da arte contemporânea dentro e fora do continente. No Fórum também haverá um interesse especial por África. Queremos que este enfoque tenha lugar tanto a nível comercial como a nível do discurso. Queremos assim criar uma identidade na feira. Acho que aqui a ARCO Lisboa têm uma profundidade enorme na maneira como apresenta a cena artística nacional, como no seu diálogo com o meio da arte espanhol, através da presença de galerias, que constitui uma apresentação da Península Ibérica a nível criativo e também nessa conversa que se inicia com África e com outros projetos que se sentem confortáveis neste contexto. A escala da feira é muito interessante e permite ver cruzamentos bem estruturados e descobrir meios artísticos diferentes.

E o que nos pode contar sobre o Opening Lisboa, com as galerias mais jovens?
Será uma curadoria de Luiza Teixeira de Freitas e Chus Martinez, que fizeram uma seleção de galerias que vão estar presentes na feira pela primeira vez, são galerias recentes, e que estarão representadas pela primeira vez. Estas galerias terão a possibilidade de permanecer dois anos connosco. Aqui podemos compreender que mecanismos tem a arte em contexto de crise e como foi possível que estas galerias aparecessem nos últimos anos. São galerias com condições económicas especiais. Na feira o diálogo estará entre todas estas galerias, às quais se juntam uma galeria da Geórgia, outra do Irão, num pequeno ecossistema de novas apostas da ARCO Lisboa.

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