Desde o dia em que a Rússia decidiu invadir a Ucrânia, os países pertencentes à NATO têm anunciado pacotes de sanções a Moscovo e de ajuda à Ucrânia, que passa pelo envio de armas. Esta quinta-feira, a Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol) alertou para a possibilidade de as armas enviadas poderem “cair nas mãos de criminosos”, que estão interessados “em todos os tipos de armas”. 

Jürgen Stock, secretário-geral da Interpol, explicou que, quando a guerra terminar, as armas que estão agora a ser utilizadas para defender o país, provavelmente vão parar ao mercado negro.

Nós sabemos isto através de muitos outros teatros de conflitos. Os grupos criminosos tentam explorar as situações de caos e a disponibilidade de armas, mesmo aquelas que são usadas pelos militares, incluindo armas pesadas”, explicou.

Será expectável, segundo o chefe da Interpol, citado pelo jornal The Guardian, que as armas sejam vendidas no mercado negro, não só na Ucrânia, mas também a nível mundial. “Nenhum país ou região poderá lidar com isto de forma isolada, porque estes grupos funcionam a nível global.”

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Não são apenas os “Himars” e os EUA: as armas que a Alemanha e Eslováquia vão enviar para a Ucrânia

Neste momento, a Interpol já pediu que os países usem os bancos de dados para conseguirem rastrear as armas e diz estar em contacto com os países membros.

Em relação ao envio de armas, o chanceler alemão, Olaf Scholz, anunciou esta quart-feira que chegará à Ucrânia armamento capaz de “proteger uma cidade inteira de ataques aéreos russo”. E a Eslováquia vai seguir o mesmo caminho.

Recentemente, a Ucrânia fez um pedido de ajuda à Interpol para identificação dos corpos. “Não estamos na Ucrânia, mas podemos ajudar com isso”, admitiu Jürgen Stock, sublinhando que esta entidade é “neutra”. “A Interpol não tem poderes de investigação”, alertou.