Cinco membros do grupo de extrema-direita “Proud Boys”, incluindo o ex-líder, Enrique Tarrio, foram acusados de sedição — um crime de conspiração para derrubar o governo dos EUA — no âmbito da investigação ao ataque ao Capitólio,  que aconteceu em janeiro de 2021.

Segundo o The New York Times, além de Enrique Tarrio foram acusados Joseph Biggs, Ethan Nordean, Zachary Rehl e Dominic Pezzola. Os cinco já tinham sido acusados em março de conspirarem para obstruir a certificação de Joe Biden como Presidente dos EUA. Um outro membro dos Proud Boys, também acusado anteriormente, declarou-se culpado em abril e está a cooperar com o inquérito do governo ao grupo de extrema-direita.

Antigo líder dos “Proud Boys” espera julgamento na prisão por conspiração no ataque ao Capitólio

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A conspiração de sedição é a acusação mais forte feita pelos procuradores aos participantes da invasão ao Capitólio, a 6 de janeiro de 2021. Para que sejam acusados deste crime de conspiração, os procuradores têm de provar que foi usada força para derrubar o governo ou para interferir com a execução de uma lei federal.

Os outros arguidos que até agora enfrentaram uma acusação ligada à invasão do Capitólio são Stewart Rhodes, o líder da milícia de extrema-direira Oath Keepers, e 10 dos seus membros. Os procuradores do Departamento de Justiça acreditam que Rhodes liderou uma conspiração para impedir à força a transição do poder para Biden.

Ao contrário de Stewart Rhodes, Enrique Tarrio não estava em Washington a 6 de janeiro de 2021 uma vez que tinha sido obrigado a deixar a cidade por um juiz, depois de ter sido acusado de queimar uma faixa do movimento Black Lives Matter numa igreja.

Mas os procuradores defendem que, embora não tivesse estado presente, Tarrio “liderou o planeamento antecipado e permaneceu em contacto com outros membros dos Proud Boys” durante a invasão.

Por exemplo, Tarrio terá ajudado a criar uma “estrutura de comando e controlo” para o grupo no Telegram, chamado “Ministério da Auto-Defesa”. Sobre o ataque, embora não tivesse estado presente, escreveu no Telegram: “Fizemos isto”.

A defesa nega, porém, existirem provas de que Enrique Tarrio tenha conspirado para invadir o Capitólio. A criação do tal grupo de Telegram e a aquisição de equipamentos de proteção serviram apenas para se proteger contra ativistas, alega.