Mais uma madrugada em que se sucederam os ataques na região de Donbass, no leste do país. Na zona de Donetsk, que já é 55% controlada pelos russos, quatro civis morreram em ataques. Já em Lugansk, os bombardeamentos sobre Severodonetsk continuam, ao mesmo tempo que aldeias perto de Lysychansk foram tomadas.

Na frente política, esta quinta-feira ficará marcada pelo encontro de líderes europeus em Bruxelas para decidir o futuro da adesão ucraniana à União Europeia (UE). O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, passou a véspera e esta quinta-feira em telefonemas para os líderes europeus. “Nós merecemos”, diz, sobre a entrada da Ucrânia na UE. Já a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, fala num “vento de mudança”, ao mesmo tempo que o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, definiu o momento atual como “decisivo”.

O Parlamento Europeu aprovou ainda uma resolução onde recomenda aos líderes europeus que confirmem esse estatuto de país-candidato à Ucrânia “sem demora”. A proposta contou com mais de 500 votos a favor.

Esta quinta-feira, o Conselho Europeu atribuiu à Ucrânia e à Moldávia o estatuto de país candidato à União Europeia. Foi ainda reconhecida, durante a reunião em Bruxelas, a “perspetiva europeia” da Geórgia, que coloca o país no caminho para um futuro estatuto de país candidato.

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O que aconteceu no final da tarde e durante a noite?

  • Os líderes europeus apelidaram a decisão de candidatura da Ucrânia como “histórica”, numa cimeira do Conselho que evidenciou a “frustração” dos Balcãs Ocidentais. Ucrânia ganha estatuto, mas negociação não será fácil (nem rápida).
  • O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, disse hoje que o Reino Unido está disponível para ajudar nas operações de desminagem da costa sul da Ucrânia, de forma a escoar milhões de toneladas de cereais que estão retidos no país.
  • O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, agradeceu hoje aos líderes europeus reunidos em Bruxelas por aquele que foi descrito pelo próprio como “o ponto de partida da nova história da Europa”.
  • A procuradora-geral da Ucrânia, Iryna Venediktova, afirmou hoje que são cometidos entre 200 e 300 crimes pelas tropas russas todos os dias no país.
  • Vários líderes europeus, como as Presidentes da Geórgia e da Moldova e o Presidente da Ucrânia reagiram à decisão da União Europeia. Também António Costa, Macron e Charles Michel, de entre outros, abordaram a decisão.
  • O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou que a atribuição à Ucrânia do estatuto de candidato à União Europeia “é uma decisão justa, inteligente, lúcida e de futuro”, tendo-se mostrado ainda satisfeito com a mesma atribuição à Moldova.
  • O Conselho Europeu concordou hoje em reconhecer a “perspetiva europeia” da Geórgia e “está pronto para atribuir o estatuto de país candidato assim que algumas medidas prioritárias sejam abordadas”, explicou o Presidente do Conselho Europeu, Charles Michel.
  • O Conselho Europeu chegou a uma decisão final e aprovou a atribuição de estatuto de país candidato à Ucrânia e à Moldávia, segundo o Presidente do Conseho Europeu, Charles Michel.
  • O primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, pediu uma reunião extraordinária da União Europeia em julho para debater a subida dos preços da energia. A iniciativa foi apoiada pelo Presidente de França, Emmanuel Macron.
  • A primeira-ministra da Estónia, Kaja Kallas, afirmou hoje, à margem do Conselho Europeu em Bruxelas, que foi debatido o futuro dos países dos Balcãs Ocidentais na UE.
  • As Forças Armadas da Ucrânia temem que a Bielorrússia possa fornecer armamento às tropas russas na linha da frente.
  • Os Estados Unidos da América vão enviar 450 milhões de dólares — cerca de 428 milhões de euros — em ajuda militar à Ucrânia.
  • Os produtos russos sancionados sancionados pela União Europeia e bloqueados por terra pela Lituânia para Kaliningrado poderão ser “rapidamente colocados numa nova rota com navios“, afirmou um responsável russo, segundo a agência estatal russa TASS.
  • Os responsáveis pela organização do festival da Eurovisão explicaram hoje o porquê da decisão de realizar a próxima edição do festival no Reino Unido em vez de na Ucrânia. Os organizadores apontaram “o risco extremo de ataques aéreos” e “alto risco de mortes em massa” como fatores de peso na decisão.

O que aconteceu no final da manhã e durante a tarde?

  • A Presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, falou hoje à margem da reunião do Conselho Europeu, onde salientou alguns dos pontos, previamente aprovados pelo parlamento, a serem debatidos. “Não é o green deal que está a aumentar a inflação nem são as sanções da União Europeia que estão por trás da fome no mundo. Isto recai somente sobre o Kremlin e a agressão começada pela Rússia”, disse.
  • A Rússia e as milícias suas aliadas de Lugansk reclamaram hoje avanços na conquista desta região do leste da Ucrânia, onde as forças russas disseram ter matado mais de 150 soldados ucranianos nos últimos dias.
  • Depois de já ter sido condecorado pelo Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, Patron – o cão que ajuda os ucranianos a detetarem minas — recebeu mais um prémio.
  • O Presidente da Rússia destacou as “ações mal concebidas e egoístas de estados individuais” como uma questão de preocupação no seu discurso na conferência dos BRICS, grupo formado pelo Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul.
  • A situação na cidade de de Severodonetsk é “difícil”, mas “estável”. Quem o disse foi Oleksii Hromov, chefe adjunto da direção principal de Operações do Estado-Maior das Forças Armadas da Ucrânia. As tropas ucranianas na linha da frente em Severodonetsk continuam a receber armas e a conseguir retirar os feridos, apesar dos danos provocados pelos russos nas rotas de abastecimento.
  • 90% dos inquiridos de sondagem elaborada em 18 países não confiam nas palavras de Putin, um novo mínimo histórico. Já Macron é o líder com maior taxa de aprovação (62%).
  • Artista ucraniano que, quando trabalhou numa morgue, fotografou os corpos de forma a humanizá-los. “Alguns tipos de tortura nem os médicos conseguiam explicar”, referiu sobre os corpos que vinham de Bucha.
  • A Nike anunciou que vai deixar definitivamente o mercado russo, cerca de três meses depois de suspender as suas operações no país e de encerrar todas as suas lojas na Rússia.
  • Uma cabra invadiu o perímetro de um hospital na vila de Kinski Rozdory. Os “fios de tropeçar” instalados no local pelos russos acionaram as granadas e vários soldados de Moscovo ficaram feridos.
  • O governador ucraniano da região de Lugansk, Sergeiy Haidai, anunciou que as forças do país estão a considerar a retirada da cidade de Lysychansk, para evitar serem cercadas pelas tropas russas.
  • A Turquia está a investigar as alegações existentes de que os cereais ucranianos foram roubados pela Rússia. A informação foi avançada pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Mevlüt Çavuşoğlu.
  • O Ministério da Defesa da Rússia diz ter matado 650 soldados ucranianos nas últimas 24 horas. No seu mais recente briefing diário, a instituição salienta que “o inimigo” continua a “sofrer perdas significativas”.
  • O ministro da Defesa ucraniano, Oleksii Reznikov, anunciou que os sistemas de lançamento de rockets HIMARS, enviado pelos Estados Unidos, já chegaram a território ucraniano.
  • O secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação português acusou hoje a Rússia de utilizar a fome como arma, o que está a fustigar vários países, ainda a braços com o impacto da pandemia de covid-19.
  • Depois dos relatos do autarca local de que tinham sido ouvidas explosões na cidade de Mykolaiv, as forças armadas ucranianas confirmam agora que a cidade foi atingida por três mísseis de cruzeiro russos. Um civil terá ficado ferido.
  • O Parlamento Europeu (PE) recomendou hoje ao Conselho Europeu que atribua “sem demora” o estatuto de país candidato ao bloco europeu à Ucrânia e à Moldova, numa resolução aprovada por larga maioria.
  • A Ucrânia mostra-se confiante de que irá receber a autorização dos líderes europeus para adquirir o estatuto de país candidato à União Europeia.
  • O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, negou que a Rússia tenha responsabilidades na atual crise alimentar, provocada pela escassez dos cereais exportados da Ucrânia.
  • Arquivos dos serviços secretos revelam missão inusitada: em 1964, os dinamarqueses recolheram dejetos do líder soviético para avaliar se estaria doente. Missão pode explicar cuidado atual de Putin.
  • O Reino Unido anunciou hoje uma nova ronda de sanções à Rússia, desta vez aplicados à área do comércio internacional. Londres deixa de exportar para Moscovo vários bens e tecnologia, bem como combustível aéreo e notas em libras ou euros.
  • O ministro da Economia alemão, Robert Habeck, recusou excluir a possibilidade de vir a racionar a distribuição de gás no país, no mesmo dia em que a Alemanha subiu para o nível 2 o seu plano de emergência sobre o fornecimento de gás.
  • As forças armadas ucranianas confirmaram hoje que a sua operação para tentar retomar a ilha da Serpente, no mar Negro, prossegue e que um sistema de lançamento de mísseis russos colocado na ilha foi atingido.
  • Especialistas das Nações Unidas anunciaram hoje que 152 monumentos ou edifícios históricos e culturais ucranianos foram destruídos ao longo dos últimos meses pelos ataques russos.
  • O presidente da Câmara de Mukolaiv, Oleksandr Senkevych, anunciou no seu canal do Telegram que foram ouvidas explosões na cidade de Mykolaiv, não dando mais detalhes.
  • O governo ucraniano confirmou que a região de Sumy, no norte da Ucrânia, foi atingida por bombardeamentos que mataram uma pessoa e feriram outras cinco.
  • Falando num “momento decisivo” para a União Europeia e “numa escolha geopolítica”, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, mostrou-se confiante de que o estatuto de candidato será concedido à Ucrânia.
  • Realiza-se hoje a primeira sessão preliminar do julgamento de um soldado russo acusado de violar uma mulher ucraniana durante a invasão. Não está detido pelas forças ucranianas, razão pela qual vai ser julgado à revelia.
  • O primeiro-ministro albanês, que está em Bruxelas para participar na cimeira com os líderes europeus dedicada aos Balcãs Ocidentais, pronunciou-se à chegada sobre a situação da adesão ucraniana à União Europeia. “A Macedónia do Norte é candidata há 17 anos, a Albânia há oito, por isso dou as boas-vindas aos ucranianos”, disse Edi Rama. “A Ucrânia ter o estatuto é algo bom. Mas espero que o povo ucraniano não tenha ilusões.”
  • Antes do início da cimeira de líderes europeus que vão discutir o estatuto de país-candidato da Ucrânia na UE, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, pronunciou-se sobre o assunto. “A História está em marcha. Falo do vento de mudança que sopra novamente no nosso continente. Com as suas candidaturas, a Ucrânia, a Moldávia e a Geórgia dizem-nos que querem mudança”, afirmou.
  • O vice-presidente do Conselho de Segurança russo e aliado de Vladimir Putin, Dmitry Medvedev, publicou hoje um ensaio onde deixa duras críticas aos líderes ocidentais. “É óbvio que na Europa não há um rasto de figuras políticas ao nível de Helmut Kohl, Jacques Chirac ou Margaret Thatcher”, escreveu o político.
  • Os três militares estrangeiros capturados pelas forças pró-russas em Donetsk — os britânicos Sean Pinner e Aiden Aslin e o marroquino Saadoun Brahim — estão a preparar um recurso da condenação de pena de morte.
  • A Alemanha entra hoje na fase 2 do seu plano de emergência relativamente ao fornecimento de gás, que tem três níveis. Com o país neste nível, o governo pode permitir às fornecedoras que reflitam o aumento dos preços para o consumidor, de forma a baixar a procura.

O que aconteceu durante a madrugada e manhã?

  • Os líderes europeus vão reunir-se esta quinta-feira em Bruxelas, num encontro onde será formalmente decidido se será concedido ou não o estatuto de país candidato à União Europeia à Ucrânia. Volodymyr Zelensky anunciou que irá passar o dia a fazer telefonemas aos líderes europeus. Antes da cimeira, Ursula von der Leyen falou num “vento de mudança” e o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, classificou o momento como “decisivo”.
  • O Parlamento Europeu (PE) recomendou ao Conselho Europeu que atribua “sem demora” o estatuto de país candidato ao bloco europeu à Ucrânia e à Moldova, numa resolução aprovada por larga maioria (529 votos a favor).
  • O governador ucraniano da região de Donetsk, Pavlo Kyrylenko, anunciou que quatro pessoas foram mortas por ataques das forças russas naquela área ao longo das últimas horas.
  • A ofensiva russa perto de Lysychansk avança, com as tropas a ocuparem mais duas aldeias, Loskutivka e Rai-Oleksandrivka. O ministério da Defesa britânico diz que Lysychansk e Severodonetsk estão “sob pressão crescente”.
  • O governo ucraniano confirmou que a região de Sumy, no norte da Ucrânia, foi atingida por bombardeamentos que mataram uma pessoa e feriram outras cinco.
  • O presidente da Câmara de Mukolaiv, Oleksandr Senkevych, anunciou no seu canal do Telegram que foram ouvidas explosões na cidade de Mykolaiv. Algumas horas depois, as forças armadas ucranianas confirmaram que a cidade foi atingida por três mísseis de cruzeiro russos.
  • As forças armadas ucranianas confirmaram hoje que a sua operação para tentar retomar a ilha da Serpente, no mar Negro, prossegue e que um sistema de lançamento de mísseis russos colocado na ilha foi atingido.
  • O Ministério da Defesa da Rússia diz ter matado 650 soldados ucranianos nas últimas 24 horas. No seu mais recente briefing diário, a instituição salienta que “o inimigo” continua a “sofrer perdas significativas”.
  • O ministro da Defesa ucraniano, Oleksii Reznikov, anunciou que os sistemas de lançamento de rockets HIMARS, enviado pelos Estados Unidos, já chegaram a território ucraniano.
  • Um dos militares britânicos condenados por um tribunal militar de das autoridades separatistas pró-russas de Donetsk vai ser executado, segundo informação que terá sido dada ao próprio e transmitida por ele à sua família. Os três militares estrangeiros capturados pelas forças pró-russas em Donetsk — os britânicos Sean Pinner e Aiden Aslin e o marroquino Saadoun Brahim — estão a preparar um recurso da condenação de pena de morte, confirmou a agência TASS.
  • Realiza-se hoje a primeira sessão preliminar do julgamento de um soldado russo acusado de violar uma mulher ucraniana durante a invasão, Mikhail Romanov.
  • Especialistas das Nações Unidas anunciaram hoje que 152 monumentos ou edifícios históricos e culturais ucranianos foram destruídos ao longo dos últimos meses pelos ataques russos.
  • A Alemanha entrou hoje na fase 2 do seu plano de emergência relativamente ao fornecimento de gás, que tem três níveis. Esta fase é ativada quando há “risco elevado” de problemas no fornecimento de gás a longo-prazo. Questionado sobre o tema, o ministro da Economia alemão, Robert Habeck, recusou excluir a possibilidade de vir a racionar a distribuição de gás no país
  • O Reino Unido anunciou hoje uma nova ronda de sanções à Rússia, desta vez aplicados à área do comércio internacional. Em concreto, Londres deixa de exportar para Moscovo vários bens e tecnologia, bem como comubstível aéreo e notas em libras ou euros.
  • O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, negou que a Rússia tenha responsabilidades na atual crise alimentar, provocada pela escassez dos cereais exportados da Ucrânia. “Quero enfatizar uma vez mais que não há qualquer ligação entre a operação militar especial da Rússia na Ucrânia e a crise alimentar”, disse o governante russo.
  • O secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação português acusou a Rússia de utilizar a fome como arma, o que está a fustigar vários países, ainda a braços com o impacto da pandemia de Covid-19. “A Rússia está a utilizar táticas completamente inaceitáveis, desumanas, típicas da idade medieval e a utilizar a fome como arma”, disse Francisco André.
  • O vice-presidente do Conselho de Segurança russo e aliado de Vladimir Putin, Dmitry Medvedev, publicou hoje um ensaio onde deixa duras críticas aos líderes ocidentais e onde afirma que”Mario Draghi não é um Silvio Berlusconi e Olaf Scholz não é uma Angela Merkel”.