O presidente da Câmara de Arruda dos Vinhos reiterou esta segunda-feira seguir a vontade da população de Arranhó contra a eventual localização da Estação de Tratamento e Valorização Orgânica da Valorsul e levar o assunto à próxima reunião de câmara.
Na reunião pública descentralizada na freguesia de Arranhó, André Rijo disse que “vai cumprir o que já tinha dito”, garantindo que o parecer da Junta de Freguesia “é vinculativo”, depois de a população ter sido auscultada numa consulta popular realizada no domingo.
Participaram 829 dos mais de dois mil eleitores e, desses, 765 votaram no “não” e 60 no “sim”. Registaram-se ainda três votos nulos e um branco.
“Foi a democracia participativa a funcionar e vamos respeitar o parecer da junta de freguesia”, acrescentou o autarca, para o qual a posição “confere legitimidade política”.
André Rijo adiantou que, na próxima reunião de câmara, vai levar uma proposta ao executivo no sentido de recusar junto da Valorsul a localização da Estação de Tratamento e Valorização Orgânica (ETVO) na Zona Industrial de Reciclagem de Arranhó, após receber o parecer da junta de freguesia.
Na consulta popular, cada eleitor foi questionado se “concorda com a eventual instalação pela Valorsul da Estação de Tratamento e Valorização Orgânica (ETVO) na Zona Industrial de Reciclagem (ZIR) na freguesia de Arranhó”.
O presidente da câmara esclareceu que a empresa que gere e trata dos resíduos nos concelhos da região abordou há três meses o município sobre a eventual localização de uma ETVO em Arranhó, a par de outras localizações em Vila Franca de Xira e Loures, que está a equacionar.
Este município do distrito de Lisboa já promoveu visitas de autarcas locais à ETVO da Valorsul na Amadora.
Ainda sem qualquer projeto ou estudo prévio e avaliação de impacto ambiental, o autarca explicou que se trata de um investimento de 100 mil euros e que vai ser maior do que a da Amadora, que trata por ano 40 mil toneladas de resíduos.
Como a intenção é tratar 100 mil toneladas de resíduos a partir de 2026 e a ETVO da Amadora não pode ser ampliada por falta de espaço, a Valorsul pretende investir numa outra ETVO para recolher os resíduos da região Oeste sul.
Questionada pela Lusa, a Valorsul confirmou que a “nova instalação é imprescindível para o aumento futuro de quantidades a recolher”.
Contudo, “a infraestrutura a ser construída ainda se encontra em fase preliminar de estudo e não existem, a esta data, quaisquer projetos concluídos ou localizações decididas, estando a estudar os “cenários possíveis”.
