“Alguns dos lugares que as pessoas visitam podem ser particularmente pessoais”. É por isso que a Google vai começar, nas próximas semanas, a eliminar visitas a clínicas de aborto, clínicas de fertilização, clínicas de cirurgias plásticas e centros de reabilitação do histórico de localização dos utilizadores.

O anúncio foi feito na sexta-feira através de um comunicado publicado no blog da tecnológica, que diz “entender que as pessoas confiem na Google para manter os seus dados pessoais seguros”. A nota da empresa surge vários dias depois da revogação da lei do aborto nos Estados Unidos da América.

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Apesar de o histórico de localização ser uma funcionalidade que está desativada por padrão, a empresa confirmou que, para os utilizadores que a ativaram, a visita a um determinado local considerado “sensível” será eliminada “logo após” ser detetada pelos seus sistemas, explicou o The Verge. Porém, o mesmo jornal indicou que a Google ainda armazena vários dados dos utilizadores que podem ser utilizados pelas autoridades em investigações a eventuais contornos da revogação do aborto — como o histórico de pesquisa e do YouTube.

A Google também não explicou como será feito o processo de eliminação do histórico da localização e não mencionou se as informações serão totalmente apagadas, explicando apenas que não quer que as mesmas sejam utilizadas para criar um rasto digital dos utilizadores. A tecnológica garantiu ainda que vai notificar os utilizadores quando fornecer os seus dados ao governo norte-americano, a menos que seja instruída a não o fazer ou se existirem preocupações em torno da segurança.

Apesar dos esforço da empresa, o The Verge relembrou que as preocupações relativas à privacidade de dados em redor do aborto vão além da Google. Registos médicos oficiais, mensagens de texto e até registos de compras podem vir a ser utilizados contra as mulheres em tribunal devido à revogação da lei do aborto nos EUA.