Um grupo de piratas informáticos russos publicou esta quarta-feira uma lista de mil alegados agentes dos serviços secretos ucranianos, que acusou de representarem um perigo para a Rússia.

A equipa do RaHDit envia saudações calorosas à direção de inteligência do Ministério da Defesa da Ucrânia e publica a primeira lista de mil pessoas pertencentes a esta estrutura”, informou o grupo na rede social Telegram, noticiou a agência espanhola EFE.

O grupo também publicou o link de acesso aos dados e prometeu que irá fazer novas revelações, segundo a agência russa Ria-Novosti.

O grupo disse que “a inteligência militar ucraniana está diretamente envolvida na promoção de ideias nacionalistas”.

“Os seus sabotadores representam uma ameaça para o nosso país”, escreveram os hackers.

O grupo RaHDit disse que obteve os dados “graças às mãos desajeitadas dos administradores de Rybalskyi Ostriv”, a sede da Direção da Inteligência Militar Ucraniana.

Referiu ter comparado dados roubados nas unidades militares com certos padrões de comportamento digital para determinar os possíveis espiões.

Posteriormente, os “suspeitos” foram verificados e confirmados como agentes dos serviços de inteligência, num processo que envolveu também o cruzamento de dados com as contribuições para o sistema de pensões.

Em breve, revelaremos os detalhes daqueles que trabalham sob a cobertura de embaixadas e daqueles que conspiram em redes de espionagem em vários países de todo o mundo”, acrescentou o grupo.

A Rússia tem sido frequentemente acusada pelo Ocidente de realizar ataques cibernéticos e operações de desinformação para tentar influenciar a política em alguns países, como os Estados Unidos ou o Reino Unido.

Em maio, o chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, acusou a Rússia de ter efetuado ciberataques contra uma rede de comunicações por satélite uma hora antes da invasão da Ucrânia para “facilitar a agressão militar”.

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União Europeia condena ciberataque russo que “facilitou” invasão por problemas de comunicação

O ataque afetou também vários países da UE, além da Ucrânia, e constituiu “mais um exemplo do padrão contínuo de comportamento irresponsável da Rússia no ciberespaço”, disse Borrell na altura.

A Rússia queixou-se esta quarta-feira de que tem sido alvo de uma campanha de ciberataques sem precedentes, com mais de 200 ataques diários, desde a invasão da Ucrânia.