A líder da CGTP, Isabel Camarinha, exigiu esta quinta-feira “medidas que ponham fim à especulação dos preços” e que imponham limites aos aumentos, perante milhares de pessoas que participaram na manifestação nacional promovida pela intersindical, em Lisboa.

Isabel Camarinha falava no final da manifestação que arrancou do Marquês de Pombal cerca das 15h30 e chegou junto à Assembleia da República uma hora depois, onde participaram milhares de trabalhadores, jovens e pensionistas de vários pontos do país a exigir aumentos dos salários e das pensões, numa altura em que a inflação continua a disparar.

Manifestação nacional da CGTP encerra esta quinta-feira mais de um mês de luta

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Sob um calor abrasador, frente à escadaria da Assembleia da República, a líder da CGTP saudou “todos os que participaram nesta grande manifestação”, salientando que os trabalhadores saíram à rua “num momento em que ganha expressão o aumento da exploração” e uma “tentativa de assalto” aos salários e pensões.

Exigimos medidas que ponham fim à especulação dos preços, que os regulem e imponham limites aos aumentos verificados”, sublinhou Isabel Camarinha, reafirmando que “a luta vai continuar com várias ações já decididas em julho e agosto”.

Na sua intervenção, a secretária-geral da CGTP voltou a exigir o aumento geral dos salários em 90 euros, a fixação do salário mínimo nacional em 800 euros “de imediato” e nos 850 euros “a curto prazo” e o fim da precariedade.

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, esteve presente para expressar solidariedade com os participantes na manifestação, saudando os trabalhadores e pensionistas pela defesa dos seus interesses e direitos e pela valorização dos salários “num quadro muito difícil em que os trabalhadores veem o custo de vida aumentar significativamente”.

Estamos profundamente preocupados, porque o Governo, na altura da apresentação do Orçamento do Estado, dizia que a inflação era meramente conjuntural e ontem [quarta-feira] no debate realizado na Assembleia [da República] reconheceu que a inflação é para ficar”, sublinhou Jerónimo de Sousa.

“Tendo em conta aquilo que se pretendia no Orçamento do Estado anterior, há um agravamento claro na sua dimensão salarial, social, em que o Governo hoje, com uma maioria absoluta, continua a impedir que isso aconteça”, acrescentou o líder do PCP.

A manifestação nacional da CGTP, que encerra mais de um mês de ações de luta promovidas pela intersindical, trouxe à capital trabalhadores de várias zonas do país em protesto por melhores condições de vida.

O protesto realizou-se na véspera do debate na generalidade sobre as alterações laborais no âmbito da agenda do trabalho digno, que decorre na sexta-feira no parlamento.

“Não podemos aceitar empobrecer a trabalhar” ou “o povo unido jamais será vencido” e “a luta continua” foram algumas das palavras de ordem entoadas pelos manifestantes enquanto rumavam ao parlamento.

A CGTP realizou a 27 de maio uma concentração junto a Assembleia da República, no dia em que foi votado o Orçamento do Estado, dando inicio a mais de um mês de lutas, sob o lema “Pelo aumento dos salários e pensões | Contra o aumento do custo de vida e ataque aos direitos”.

O protesto desta tarde visou exigir o aumento geral de salários para todos os trabalhadores, das pensões para os reformados e pensionistas, a redução do horário de trabalho, a erradicação da precariedade, o emprego com direitos e uma legislação laboral que contribua para a valorização do trabalho e dos trabalhadores.