O Chega pediu uma audiência com caráter de urgência ao Presidente da República depois do episódio com Augusto Santos Silva que levou os deputados do partido a abandonarem o hemiciclo após uma reprimenda do presidente da Assembleia da República.

Em comunicado, o Chega acusa o Presidente da Assembleia da República de estar a atuar com “falta de isenção e independência” e de se “comportar como um representante da maioria governativa, quando devia ser o garante do bom funcionamento dos trabalhos parlamentares, do pluralismo e da representatividade democrática”.

Aos olhos do partido, a atitude de Santos Silva é de “censura” e “põe em causa a democracia e desrespeita os cerca de 400 mil portugueses que votaram no partido” que acabam por “ver a sua voz silenciada naquela que devia ser a casa da democracia”.

Não há memória de um presidente da Assembleia da República fazer uma intervenção política sobre um projeto de lei em plena discussão, tecendo considerações que levaram o grupo parlamentar do Chega a não ter outra alternativa que não fosse abandonar o hemiciclo, como forma de protesto”, justifica o partido, à semelhança do que foi dito por André Ventura em conferência de imprensa, pouco tempo depois de os deputados terem deixado Santos Silva a falar sozinho durante uma reprimenda.

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O Chega considera que o “comportamento persecutório” de Santos Silva relativamente ao partido liderado por Ventura tem sido “reiterado desde o início da legislatura” e recorda que, em quatro meses, Santos Silva “recusou agendar um debate de urgência sobre incêndios, admitir projetos de lei do partido e ainda [fez] interrupções abruptas e arbitrárias de deputados no uso da palavra”, o que diz, são, “atropelos ao regimento da Assembleia da República”.

Durante reprimenda, deputados do Chega abandonam hemiciclo e deixam Santos Silva a falar sozinho