A Polícia Judiciária (PJ) conseguiu mesmo travar, no limite, o jovem de 18 anos que planeava um ataque terrorista na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL). A conclusão faz parte da acusação a que a CNN Portugal teve acesso e que é a súmula do cruzamento de cinco meses de informação recolhida pela procuradora Felismina Carvalho Franco, que conduziu no DIAP de Lisboa o processo em articulação com a Unidade Nacional Contraterrorismo da PJ.

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Os testemunhos recolhidos, o material apreendido, as perícias informáticas com a análise de mensagens trocadas pelo suspeito no Discord, a perícia psiquiátrica do Instituto de Medicina Legal e ainda uma confissão integral do jovem de 18 anos levam as autoridades a concluir que o mesmo queria matar entre três a 10 pessoas antes de se suicidar ou ser morto pela polícia.

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Segundo a CNN Portugal, uma colega do jovem contou à Polícia Judiciária que “ele dizia que queria ser protagonista de uma situação de terrorismo e mostrar ao país que estas coisas também acontecem por cá”.

Ao longo de vários meses, o jovem pesquisou no Google por “terrorismo em Portugal”. Depois, entre 23 de janeiro e 3 de fevereiro, foi informando um dos outros cinco utilizadores do Discord, com que partilhava o fascínio por tiroteios e assassinatos em massa, das armas que ia comprando chegando a enviar-lhe fotografias das mesmas.

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Foi nesse mesmo dia 3 de fevereiro que uma pessoa dos EUA, tendo conhecimento sobre as intenções do jovem de realizar um ataque terrorista na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL), fez uma denúncia por email ao FBI.

Nessa altura, o Ministério Público e a Polícia Judiciária começaram uma investigação que levou à identificação e posterior detenção do jovem de 18 anos a 10 de fevereiro de 2022, na véspera de cometer o ataque que tinha planeado contra colegas e professores da universidade onde cursava Engenharia Informática.