Um tribunal de recurso de Kiev reduziu esta sexta-feira de prisão perpétua para 15 anos a pena de prisão do primeiro soldado russo julgado na Ucrânia por crimes de guerra pelo homicídio premeditado de um civil ucraniano desarmado.
O recurso interposto pela defesa foi parcialmente aceite. O acórdão do tribunal (…) foi alterado”, indicou a instância judicial num comunicado, precisando que a nova sentença é de “15 anos de prisão”.
A deliberação visa o sargento russo Vadim Chichimarine, de 21 anos, que em maio passado foi condenado a prisão perpétua por ter matado um civil ucraniano desarmado, Oleksandre Chelipov, de 62 anos, no âmbito do primeiro julgamento por crimes de guerra realizado na Ucrânia desde a invasão russa.
Durante o julgamento, Chichimarine admitiu ter abatido o civil numa aldeia na região de Sumy, no nordeste da Ucrânia, durante os primeiros dias da invasão russa, iniciada a 24 de fevereiro.
Também declarou na altura que tinha agido sob pressão de outro militar, quando tentava fugir para a Rússia num carro roubado com outros quatro soldados.
Foi declarado culpado e condenado, em 23 de maio, por crimes de guerra e homicídio premeditado.
Nesse mesmo dia, o advogado de Chichimarine anunciou que ia recorrer da sentença.
Durante o julgamento em Kiev, Vadim Chichimarine, natural de Irkutsk, na Sibéria, pediu “perdão” à viúva da vítima.
As forças russas são acusadas de crimes de guerra e de outros abusos pelas autoridades ucranianas, nomeadamente durante a sua ocupação das zonas da periferia da capital Kiev, da qual se retiraram no final de março.
São igualmente acusadas de detenções arbitrárias e de atos de tortura nos territórios que ocupam no sul da Ucrânia.